A cotação do barril do petróleo voltou à faixa dos US$ 90 na última semana. O movimento está ligado a fatores de expectativa de demanda, piorada com um crescimento abaixo do esperado na China, segundo Paulo Furquim, professor do Insper.
Em entrevista neste domingo (7), ele afirmou que o preço do petróleo está voltando a níveis históricos, ainda acima do nível pré-pandemia mas com uma trajetória de estabilização no futuro.
“Com a guerra da Ucrânia, houve um estrangulamento da oferta que fez o preço subir. Mas o preço reage também às expectativas do que vai acontecer para o futuro, e agora vemos essas projeções mudando”, afirma Furquim.
Essa mudança se deve a dois fatores apontados pelo professor. O primeiro foi um crescimento menor que o esperado na China, que leva a uma precificação menor do petróleo já que o país é o maior consumidor mundial de commodities e, crescendo menos, tende a reduzir seu consumo.
Além disso, ele cita a reação dos bancos centrais ao cenário de inflação descontrolada, que leva a uma elevação em série de taxas de juros e uma consequente desaceleração de suas economias, também gerando um consumo menor.
Primeiro fator, crescimento menor que o esperado na China, que surpreendeu o mercado e leva a uma precificação menor do petróleo pela China ser o maior consumidor de commodities do mundo. Se cresce menos, consome menos.
Com a perspectiva de consumo futuro menor que o projetado anteriormente, os preços recuam. Nesse cenário, Furquim aponta que o ciclo de alta de preços do petróleo foi “interrompido”.