Cerca de metade dos professores brasileiros não têm formação didática para todas as matérias que ensinam. Por exemplo, o professor de história não aprendeu como ensinar esse conteúdo aos alunos do ensino fundamental 2, que vai do 6º ao 9º anos (chamado anteriormente de 5ª a 8ª série) ou o responsável por matemática não aprendeu métodos e técnicas para passar o conteúdo da sua disciplina.
A informação é da edição 2013 da Talis (Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem) coordenada mundialmente pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). O levantamento foi divulgado na manhã desta quarta (25).
Entre os 33 países ou territórios que participaram dessa parte da pesquisa, a média é de 30%.
No Brasil, o índice pode representar um quadro mais problemático, uma vez que o currículo é fragmentado e temos professores especialistas — ou seja, um mesmo professor pode estar responsável por diversas matérias. Em muitos países, como o Canadá, os professores são generalistas e dão mais de uma disciplina.
“O professor no Brasil está sozinho, ele não tem apoio para nada, se compararmos sua situação com a dos seus colegas na OCDE [Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico]”, afirma a pesquisadora brasileira Gabriela Moriconi.
“Ele não tem preparação adequada durante a faculdade [50% não tem didática para tudo o que ensina], não sabe lidar com os problemas práticos da sala de aula [40% diz não ter treinamento para a prática] e não tem apoio [nos países ricos, há aconselhamento profissional e psicológico para os alunos, por exemplo]”, completa.