O prefeito de Macapá, Clécio Luís, anunciou pelas redes sociais no domingo (27) que deixa de ser filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), pelo qual foi eleito para o cargo de prefeito e anteriormente para vereador. A desfiliação acontece a pouco mais de um ano das eleições e o gestor não informou para qual partido vai migrar. Em 2012, Clécio foi o primeiro e único prefeito eleito pelo PSOL para comandar uma capital brasileira.
No comunicado publicado no Facebook, Clécio Luís declarou que atualmente busca soluções para os problemas encarados por ele na capital, que dependem de articulações com outras frentes políticas e o governo federal. O prefeito, disse que se posiciona como amigo do partido, e reforçou que a “perversa lógica eleitoral” o levou a buscar novas formas de atuação.
“(…) vivemos uma conjuntura especial e há condicionantes que me obrigam a tomar decisões difíceis. Sou prefeito de Macapá, também com muito orgulho. Esta tarefa me impõe imensos problemas a resolver. Problemas que exigem relações políticas mais amplas, capacidade de fazer alianças maiores. E um trabalho articulado com outros entes do Poder Público, como o governo federal, do qual a nossa cidade é absolutamente dependente se quiser oferecer condições mínimas de atendimento à sua população”, declarou.
Ainda no domingo, o senador do Amapá Randolfe Rodrigues, também do PSOL, anunciou a desfiliação do partido e indicou que pode seguir para a Rede Sustentabilidade, partido recém autorizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que foi fundado pela ex-senadora Marina Silva. Segundo o senador, a relação dele com o partido estava desgastada e, por isso, a melhor decisão seria sair do PSOL. Randolfe era também o único senador da legenda.
Veja mensagem que o prefeito enviou aos macapaenses e integrantes do PSOL:
“Aos companheiros e companheiras do PSOL. Ao povo macapaense.
Ajudei a construir o PSOL, e disso muito me orgulho. Foram milhares de companheiros que se juntaram e se propuseram a lutar contra os vícios da política. Uma ferramenta para defender mais inclusão social, mais direitos para as pessoas, espaço para a juventude, igualdade para as mulheres, renda justa para os trabalhadores.
O PSOL, além disso, persegue sonhos maiores. De transformar radicalmente a sociedade, de ser uma alternativa para trilhar o caminho de uma sociedade mais justa e humana. O PSOL marca sua trajetória e prática política, sendo um partido ético, combativo e de esquerda. O balanço que faço da história do partido é extremamente positivo.
Tudo isso me faz ter uma profunda identidade com o PSOL.
No entanto, vivemos uma conjuntura especial e há condicionantes que me obrigam a tomar decisões difíceis. Sou prefeito de Macapá, também com muito orgulho. Esta tarefa me impõe imensos problemas a resolver. Problemas que exigem relações políticas mais amplas, capacidade de fazer alianças maiores. E um trabalho articulado com outros entes do Poder Público, como o Governo Federal, do qual a nossa cidade é absolutamente dependente se quiser oferecer condições mínimas de atendimento à sua população.
Faço uma opção por Macapá, é minha cidade, o objeto maior de minha dedicação e a quem declaro o amor incondicional que tenho pelo seu povo. Sabemos bem as dificuldades que enfrentamos e a luta que travamos para construir uma cidade cada vez melhor. Tenham a certeza de que temos muito trabalho e muitas conquistas pela frente. Plantamos e estamos começando a colher os frutos de nosso trabalho.
Quero poder contribuir para a construção de novas alternativas, sempre pautadas na defesa de Macapá, no combate à corrupção e com o sonho de construir uma sociedade igualitária. Infelizmente, a tensa conjuntura política e a perversa lógica eleitoral exigem que sejam criadas ferramentas novas de atuação militante.
Por essas razões, estou me afastando do PSOL. Deixo de ser um filiado e me posiciono como amigo e admirador do partido. E estarei sempre ombreado com sua vigorosa militância, esteja onde estiver, como construtor das utopias que nos unem.