Quem adiou para 2016 o processo de aquisição da primeira Carteira Nacional de Habilitação (CNH), categoria B, teve uma surpresa não tão agradável. Isto porque os pacotes oferecidos pelas autoescolas de todo o país devem ter uma alta de cerca de 21,4%, comparados ao ano de 2015. A procura pela habilitação no estado deve cair em 25% e deve prejudicar autoescolas localizadas no interior do estado, segundo o sindicato da categoria.
Uma resolução 543 do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) – publicada em julho de 2015 – torna obrigatório ao candidato participar de 5 horas, sendo 1 hora de conteúdo noturno, em simuladores de direção veicular.
Os equipamentos devem ser oferecidos pelos Centros de Formação de Condutores (CFCs). O cumprimento da norma pelos centros de formação começou a ser fiscalizado por funcionários do Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran- AM).
Logo, com a aquisição dos simuladores pelas autoescolas, o candidato que antes adquiria o pacote por cerca de R$ 1.400, terá que desembolsar uma média de R$ 1.700 pelo mesmo serviço.
O presidente do Sindicato dos C.F.C.s do Estado de Amazonas (SINDCFC), Raimundo Macena, informou que a hora aula no simulador vai custar R$ 60. “Como são cinco aulas a R$ 60, serão repassados R$ 300 ao consumidor. E, mais uma taxa de R$ 25 pelo acesso a internet. É cobrado R$ 4 por aula”, explicou.
Macena explicou que o valor do equipamento simulador para o Amazonas é superior ao cobrado em outros estados por conta das taxas de transporte. “A máquina é cara, para nós custa R$ 45 mil pelo processo de logística. Para São Paulo, por exemplo, sai de R$ 38 a R$ 40 mil”, afirmou.
Desta forma, o valor será repassado ao consumidor, fato que pode impactar na queda na procura pela CNH em 25%. “Acreditamos que em janeiro o movimento vai esfriar, em função do novo valor e da situação que estamos vivendo no país, com a incerteza na questão financeira. Estimamos uma queda de 25%”, afirmou Macena.
Ele explicou que – prevendo o aumento no valor dos pacotes, motivado pela resolução nacional – o movimento em dezembro aumentou 70%. “Em dezembro a procura foi acelerada, as pessoas procuraram antecipar ao advento da resolução, para não ter custo maior”, disse Macena.