A Polícia Federal concluiu, em um relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), não haver indícios suficientes de que o senador Humberto Costa (PT-PE) teria pedido ou recebido propina do esquema de corrupção na Petrobras, investigado na Operação Lava Jato.
O documento, assinado no último dia 5 de agosto pela delegada Graziela Machado da Costa e Silva, diz que a investigação levou à “incerteza” quanto a declarações do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, segundo o qual o petista teria recebido R$ 1 milhão em forma de doação eleitoral na campanha de 2010 oriundo de propina paga à estatal.
“Esgotadas as diligências vislumbradas por esta autoridade policial, não foi possível apontar indícios suficientes de autoria e materialidade a corroborar as assertivas do colaborador Paulo Roberto Costa”, escreveu a delegada no relatório.
Humberto Costa faz parte da primeira leva de políticos investigados no Supremo Tribunal Federal (STF) dentro da Lava Jato, com um inquérito aberto em março do ano passado, baseado na delação de Paulo Roberto Costa.
O advogado de Humberto Costa, Rodrigo Mudrovitsch, disse que pedirá que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicite ao Supremo o arquivamento da apuração.
“Foi um longo e exaustivo inquérito e o relatório final confirmou a posição da defesa de que não era verdadeira a acusação feita contra o Senador Humberto Costa. Pedirei agora à PGR que acolha o relatório final e solicite ao STF o arquivamento do caso”
O relatório da PF agora terá de ser analisado pela Procuradoria Geral da República (PGR), que poderá pedir o arquivamento do caso ou mais investigações.
Delação
Na colaboração, o ex-diretor disse que a quantia de R$ 1 milhão saiu da cota que pertenceria ao Partido Progressista (PP) dentro do esquema de corrupção, segundo o qual contratos da Petrobras com empreiteiras eram condicionados a pagamento de propina. Parte da vantagem era distribuída a políticos, outra a operadores financeiros e outra a executivos da estatal.
A suspeita sobre Humberto Costa se baseava em sua relação com o empresário Mário Beltrão, presidente da Associação das Empresas do Estado de Pernambuco (Assinpra). Segundo Paulo Roberto, a propina sido doada pela empresa White Martins, que estaria interessada em contrato da Petrobras para a construção da Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).