Um grupo de policiais militares entrou em confronto com ambulantes ilegais durante uma fiscalização de rotina no Brás, região central de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (16).
Imagens mostram dois policiais com um saco de mercadorias na mão. Um homem tenta recuperar a sacola e leva chutes. Logo atrás, outro homem aparece tentando pegar um carrinho das mãos dos policiais, que revidam batendo com cassetetes. Os camelôs reagem atirando objetos e o policiais recuam.
Segundo ambulantes da região, a confusão teria começado quando um comerciante senegalês se recusou a entregar algumas mercadorias aos policiais.
A Polícia Militar disse que não foi registrada nenhuma ocorrência na delegacia porque ninguém foi preso. Segundo a corporação, as imagens da confusão ainda serão analisadas. Em nota, a Prefeitura de São Paulo disse que de janeiro a novembro deste ano foram apreendidas 650 toneladas de mercadorias no Brás.
Camelôs reclamam de conflitos
O ambulante Abidail é natural da Nigéria e está no Brasil há quase três anos. Ele vende roupas nas ruas do Brás e diz que o conflito com policiais é constante.
“Sempre que eles pegam a mercadoria o dono da mercadoria não deixa. Aqui é proibido vender, é verdade, mas ninguém tem outro lugar para trabalhar”, afirma Abidail.
Matheus, que vende brinquedos no Brás há sete anos, diz que é comum que a mercadoria seja apreendida.
“A gente depende disso, se não tiver isso aqui não paga as contas, não paga o aluguel”, diz Matheus.
De acordo com a Prefeitura de São Paulo, apenas 124 camelôs têm autorização para trabalhar em toda a área da Subprefeitura da Mooca, que inclui a região do Brás. No entanto, o número de ambulantes que atuam no bairro é bem maior, e aumenta ainda mais no final do ano com as compras de Natal.
A Prefeitura e a Polícia Militar têm apertado o cerco contra a venda de produtos piratas na região. Na semana passada, policiais civis e agentes da Receita Federal fecharam 115 boxes de um shopping no bairro e apreenderam 30 toneladas de produtos.
Foto: Reprodução/TV Globo