A Polícia Civil do Rio de Janeiro está nas ruas para cumprir mandados de busca e apreensão em um desdobramento da Operação Lava Jato na manhã desta quinta-feira (8). A investigação da Delegacia Fazendária mostrou indícios de corrupção em contratos firmados por Furnas, mais precisamente na compra de ações da Hidrelétrica Serra do Facão. O responsável seria o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A ação, considerada a primeira fase da Lava Jato em âmbito estadual, foi batizada como “Barão Gatuno”, referindo-se ao termo usado no século XIX para quem enriquecia de forma irregular a partir do envolvimento com agentes públicos.
Os agentes chegaram à sede da empresa, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, por volta das 6h20. Os agentes cumprem 25 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e oito em São Paulo sobre lavagem de dinheiro, corrupção e desvio de verbas de Furnas. Em São Paulo, são cumpridos mandados em um prédio comercial da Avenida Nove de Julho, região central da capital paulista.
A investigação das autoridades partiu de informações obtidas no termo de colaboração do ex-senador Delcidio do Amaral. Como um dos envolvidos é o ex-deputado federal Eduardo Cunha, que perdeu o foro privilegiado, a investigação ficou a cargo da Delegacia Fazendária da Polícia Civil do Rio. A operação envolve 15 delegacias no Rio de Janeiro, além do Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de dinheiro da Polícia Civil, e uma delegacia em São Paulo. A ação conta com a participação de cerca de 120 agentes que buscam, principalmente, documentos que demonstrem as fraudes em Furnas.