Após a Ford informar ter excedente de 300 funcionários na unidade de Taubaté (SP), os trabalhadores decidiram aprovar nesta sábado (5) a negociação do Programa de Proteção ao Emprego (PPE) com a fábrica da cidade.
A decisão foi tomada durante assembleia na sede do Sindicato dos Metalúrgicos. O programa do governo federal, que prevê redução de salários e jornada em troca de estabilidade no emprego, é um dos mecanismos usados pelas empresas para evitar as demissões durante a crise econômica.
Segundo o sindicato, a empresa já havia manifestado interesse em negociar o PPE anteriormente, mas ainda não informou a proposta sobre redução de jornada e salários ou data para início do programa. Todos os detalhes devem começar a serem discutidos na próxima segunda-feira (7). Após isso, a entidade levará a proposta para aprovação dos trabalhadores.
“Não é a negociação que gostaríamos. Nós gostaríamos de discutir investimentos para a planta na cidade. Mas é uma forma limpa de discutirmos que os empregos sejam assegurados”, afirmou a diretora do sindicato Cláudia Albertina. A empresa foi procurada e confirmou que negociará com o sindicato para tratar do “excedentes de empregados previsto para 2016”.
Nesta quinta-feira (3), os metalúrgicos da unidade receberam uma carta falando sobre o excedente na fábrica. A multinacional, que emprega cerca de 1,3 mil funcionários, produz transmissões e motores Sigma 1.5, modelo utilizado no novo Ka Sedan e no New Fiesta.PPE
Além da Ford, a unidade da Volkswagen, em Taubaté, e a Grammer, em Atibaia, também aderiram ao PPE na região. As empresas apresentaram propostas para reduzir as jornadas de trabalho em 20%, além de readequação de salários.
Em Taubaté, outras empresas do setor industrial tem sofrido reflexos da crise econômica. Na unidade da LG na cidade, 453 funcionários foram demitidos nesta sexta-feira (4). A unidade empregava cerca de 2 mil funcionários antes dos cortes.
A empresa diz que a medida tem como objetivo adequar a produção à demanda. De acordo com a multinacional, a crise econômica provocou queda nas vendas do setor e atualmente a empresa utiliza apenas 30% de sua capacidade produtiva.