Agentes da Polícia Federal prenderam, na manhã desta quinta-feira (1°), o empresário Marco Antônio de Luca, ligado às empresas de alimentos Masan e Milano, que pertencem ao mesmo grupo familiar e estão entre as principais fornecedoras de alimentos e merenda para o estado do Rio de Janeiro. Também são cumpridos mandados de busca e apreensão em diversos endereços. A operação foi batizada de “Ratatouille” e é mais um desdobramento da operação Lava Jato no estado.
Por volta das 6h, os agentes chegaram à casa de Marco Antônio na Avenida Vieira, Souto, em Ipanema. A Masan tem vários contratos de fornecimento de comida com o estado. Juntas, as empresas Masan e Milano receberam cerca de R$ 7 bilhões do estado do RJ entre os 2011 e 2017. Segundo o portal da Transparência do Estado do Rio de Janeiro, a Masan teria recebido o total de R$ 5.425.992.909,81 e a Milano um total de R$ 1.604.929.918,20.
Segundo as investigações, Marco de Luca pagou pelo menos R$ 12,5 milhões em propina para a organização criminosa liderada por Cabral para ganhar esses contratos. São investigados contratos de alimentação hospitalar, escolar e de presídios. Marco Antônio será indiciado por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O nome “Ratatouille” remete a um prato típico da culinária francesa, em referência a um jantar em restaurante de alto padrão em Paris/França, no qual estavam presentes diversas autoridades públicas do estado do Rio de Janeiro e empresários que possuíam negócios com o Estado.
A operação é realizada em conjunto com o Ministério Público Federal e a Receita Federal. Quarenta policiais federais cumpriram um mandado de prisão preventiva e 9 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal/RJ, na capital fluminense (Barra da Tijuca, Centro, Ipanema e Leblon) e nos municípios de Mangaratiba/RJ e Duque de Caxias/RJ.
De acordo com a Justiça, a prisão preventiva foi decretada por haver indícios de Marco Antônio ser “o grande corruptor da iniciativa privada na área da alimentação e serviços especializados no Estado do Rio de Janeiro. Aduz o MPF que o investigado teria se associado aos integrantes da Organização Criminosa, através da entrega valores em espécie diretamente ou por intermédio de Luiz Carlos Bezerra”, diz o pedido.