A Polícia Federal fez nesta terça-feira (5), a maior apreensão de dinheiro vivo da História. São mais de R$ 33,5 milhões até agora, porque a contagem do dinheiro ainda não acabou. O dinheiro estava dentro de malas e caixas, num apartamento em Salvador que, segundo as investigações, seria usado pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima, do PMDB.
São oito malas e seis caixas abarrotadas de notas de R$ 50 e de R$ 100. Para transportar, foram necessárias duas caminhonetes. Todo esse dinheiro foi apreendido pela Polícia Federal, que cumpriu um mandado de busca e apreensão no apartamento 201 de um prédio no bairro da Graça, área nobre de Salvador.
O mandado foi expedido pelo juiz Valisney Oliveira, da Justiça Federal de Brasília. Foi no mês de julho que o apartamento começou a chamar a atenção da Polícia Federal. A PF teria recebido uma denúncia por telefone de que o ex-ministro Geddel estaria utilizando o imóvel para guardar caixas com documentos.
No despacho, o juiz Valisney diz que Geddel estava fazendo uso do apartamento que não lhe pertence para guardar documentos e objetos, e que em face dos fatos investigados – valores altos, lavagem de dinheiro, corrupção, organização criminosa e participação de agentes poderosos – é preciso uma apuração urgente para que esse material não seja retirado ou destruído.
A Polícia Federal está usando sete máquinas para contar o dinheiro e o trabalho ainda não terminou. O morador do apartamento ao lado diz que nunca desconfiou da movimentação de tanto dinheiro, tão perto.
“Nunca vi ninguém entrar com caixa, não. Quando teve isso aí, eu até pensei coisa pior. Não é possível. Nunca esperava ser dinheiro”, disse Eudaldo Barreto, aposentado.
O apartamento onde o dinheiro foi apreendido fica a um quillômetro a pé de onde mora Geddel Vieria Lima e onde ele cumpre prisão domiciliar por obstrução à Justiça. Ele não é monitorado por tornozeleira eletrônica, porque a bahia ainda não tem este equipamento.
A operação desta terça-feira, Tesouro Perdido, é um desdobramento da Operação Cui Bono, que investiga crimes cometidos no período em que Geddel era vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, entre 2011 e 2013.
Segundo as investigações, o apartamento pertence a Silvio Silveira, que seria amigo de Geddel e teria cedido o imóvel para que o ex-ministro guardasse os objetos do pai dele, já falecido. Silvio Silveira é réu em dois processos que apuram desvio de dinheiro na empresa de distribuição de alimentos do estado, no período de 2002 a 2006.
O Jornal Nacional fez contato com o advogado de Geddel Vieira Lima, que não se manifestou.
O Jornal Nacional não conseguiu contato com Silvio Silveira.