Após uma série de três empates, o invicto São Paulo conseguiu sua segunda vitória no Campeonato Brasileiro. Jogando no Maracanã, o time treinado por Muricy Ramalho fez 2 a 0 no Flamengo, que estreava Ney Franco no comando. Os dois gols – um em cada tempo – foram marcados por Paulo Henrique Ganso, meia que se desentendeu com o agora treinador flamenguista em sua passagem pelo clube paulista.
Para a sexta rodada, o São Paulo (que alcança a marca de nove pontos) não terá que sair do Rio de Janeiro. Seu próximo compromisso, na quarta-feira, será diante do Fluminense, novamente no Maracanã. O Flamengo (tendo ainda a soma de apenas quatro pontos) jogará no mesmo dia, e mais uma vez como mandante, mas em Macaé, onde receberá o Bahia.
Neste domingo, sem poder contar com o zagueiro Rodrigo Caio (convocado para a Seleção Brasileira sub-21) e o lateral esquerdo Álvaro Pereira (chamado pela seleção uruguaia para a preparação para a Copa do Mundo), o técnico Muricy Ramalho definiu Lucão e Reinaldo como substitutos. Para não fragilizar a defesa, ainda mexeu no lado direito, trocando Luis Ricardo pelo zagueiro Paulo Miranda.
A mudança de esquema tinha como objetivo dar mais força defensiva à formação diante de um Flamengo ofensivo, que voltava a ter Hernane, recuperado de lesão. Apesar da volta do artilheiro do ano passado, o estreante Ney Franco (contratado para substituir Jayme de Almeida) não sacou Alecsandro. Optou, em vez disso, por dois centroavantes, além de ter armado seu meio-campo sem nenhum marcador de ofício – o volante ao lado de Luiz Antônio foi Márcio Araújo.
No decorrer do primeiro tempo, a escalação são-paulina se mostrou mais equilibrada, apesar de dois sustos iniciais. Aos sete minutos, Luiz Antônio bateu escanteio da direita, e Wallace cabeceou rente à trave. Pouco depois, Luiz Antônio arriscou da intermediária, e Rogério Ceni se jogou para o canto direito para, de manchete, jogar a bola para escanteio e evitar o gol.
Passadas as duas chances, o Flamengo foi perdendo espaço. Aos 19 minutos, Alexandre Pato fez bela jogada perto da meia-lua ofensiva e foi derrubado. Rogério Ceni bateu no ângulo esquerdo, mas Felipe espalmou e originou um rápido contra-ataque, que poderia ter ido além se o meia Maicon não tivesse feito falta em Hernane, enquanto o goleiro e capitão do São Paulo retornava à meta.
Quatro minutos mais tarde, já descansado debaixo das traves, Rogério Ceni viu Osvaldo achar Ganso entre três defensores. O meia invadiu a área e tocou rasteiro, na saída do goleiro Felipe, para fazer 1 a 0. Daí em diante, só daria São Paulo. Com Maicon, que obrigou Felipe a fazer outra difícil defesa no ângulo, e com Pato, que desperdiçou ótima oportunidade de ampliar a vantagem em arremate próximo da pequena área.
O esquema tático ineficiente do Flamengo foi abandonado aos 42 minutos, mas forçosamente. Hernane se machucou em uma dividida com a defesa na ponta esquerda, e Ney Franco decidiu lançar Elano na armação. Nos últimos minutos do primeiro tempo, no entanto, o meia pouco pôde fazer, além de ver Ganso quase anotar um golaço – o camisa 10 são-paulino tentou encobrir Felipe, com um toque já dentro da área, mas a bola passou pouco acima do travessão.
Em desvantagem, o time do Flamengo desceu para o vestiário sob vaias de sua torcida. E quase a convenceu no retorno para o segundo tempo. Com menos de um minuto, Everton disparou pelo lado esquerdo, após bom passe de Alecsandro, invadiu a área e chutou a bola na trave. O gol perdido quase foi punido aos cinco minutos, quando Felipe saiu jogando errado e deu a bola para Ganso, na pequena área. O meia tinha a meta vazia à sua frente, porém foi travado no momento do chute.
A falha, reconhecida pelo próprio goleiro, que se desculpou com seus companheiros de defesa, não diminuiu o apoio da torcida, mas ela voltaria a se incomodar na troca de Luiz Antônio por Lucas Mugni. Aparentemente não pela entrada do meia argentino, mas talvez com o próprio volante ou com a alteração de Ney Franco. Mas a tentativa do treinador de furar a marcação adversária não obteve o resultado esperado. O que fez com que a paciência se esgotasse na arquibancada antes mesmo do apito final e de Ganso, aos 46 minutos, marcar o segundo e fechar a conta.