Manifestantes a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff se concentraram na Avenida Paulista, região central da capital paulista. Por volta das 10h, chegaram os primeiros caminhões de som dos grupos que organizam o protesto contra o governo. Uma pessoa foi detida, e a Polícia Militar informou que, no horário de pico (16h15), 1,4 milhão de pessoas estiveram no ato.A maior parte das pessoas vestia verde e amarelo ou carregava a Bandeira Nacional. Os manifestantes ocuparam a via que, aos domingos, costuma ser fechada aos carros e usada como rua de lazer. Dois bonecos infláveis gigantes, um representando Dilma e outro o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em roupas de presidiário, foram instalados no centro da avenida. Nos acessos à via, ambulantes vendem réplicas do boneco e bandeiras do Brasil.
A PM está presente com um grande contingente, inclusive dois veículos blindados na altura da Rua da Consolação. A Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) levou um pato inflável gigante e está distribuindo balões amarelos como protesto contra a alta carga tributária O empresário Aloísio Fábio de Oliveira, 37 anos, disse que uma das principais razões para estar no protesto é a indignação contra a corrupção. “Vim porque acho que precisa acabar com essa roubalheira. Ensinar para a minha família o que é civismo. Ver se a gente consegue mudar alguma coisa nesse país que está difícil, bem difícil”, ressaltou.No entanto, Oliveira não está certo de que a saída da presidenta vá, sozinha, ser a solução dos problemas do país. Para ele, é preciso continuar a pressionar o governo, mesmo que haja o impeachment. “A ideia é mostrar para os governantes, é mostrar que se ela [Dilma] vai e não faz bem, nós vamos tirar até alguém que faça bem”, acrescentou o empresário que veio ao ato com a esposa e o filho.
Além dos movimentos que têm organizado os atos contra Dilma, como o Vem pra Rua, Revoltados Online e Movimento Brasil Livre, parlamentares e celebridades devem confirmar presença na Paulista. O DEM montou um comitê no Hotel Maksoud, que fica em uma via paralela à avenida. No fim da tarde, o deputado federal Pauderney Avelino (DEM-AM) e o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), líderes do partido no Congresso, devem conceder entrevista coletiva. Uma mulher contra a manifestação foi detida pela polícia em frente ao MASP (Museu de arte de São Paulo) no começo da tarde. Ela teria arremessado uma garrafa de vidro contra uma viatura
CONTRA IMPEACHMENT / Ao menos 400 pessoas a favor do governo federal se reuniram em frente ao prédio onde mora o ex-presidente Lula, na cidade de São Bernardo do Campo, região do ABC.
PELO PAÍS / Em Brasília, o ato foi encerrado no início da tarde com o Hino Nacional cantado em coro. Ao final do hino, os manifestantes gritaram “Fora, PT”.
No Recife, a manifestação ocorre na orla da Praia de Boa Viagem.
Em Salvador, cerca de 20 mil pessoas compareceram ao ato contrário ao governo no Farol da Barra, um dos principais pontos turísticos da capital baiana. Do local, os manifestantes seguiram para o Mirante Cristo da Barra, outro ponto turístico, onde os participantes posaram para uma fotografia, rezaram um Pai Nosso e aplaudiram, ao meio-dia, o juiz Sérgio Moro, que julga, em primeira instância, os processos resultantes da Operação Lava Jato.
Na capital mineira, dois atos contra o governo Dilma foram programados para este domingo. De manhã, os manifestantes reuniram-se na Praça da Liberdade e, à tarde, haverá outro na Praça da Estação.
Em Manaus, a manifestação contra o governo e contra a corrupção está marcada para as 16h na orla da praia da Ponta Negra.
No Rio, os manifestantes percorreram a Avenida Atlântica, na orla de Copacabana, conduzidos por três carros de som. Um deles trazia uma faixa com a frase “Fora Comunismo”. Uma multidão ocupou as duas vias da avenida, ao longo de cerca de oito quarteirões. Bandeiras do Brasil e muitos cartazes contra o PT, Dilma e Lula são o principal material utilizado pelos participantes. Mais cedo, um avião passou com a faixa “Não vai ter golpe – Frente Brasil Popular” e foi vaiado pelos manifestantes, com gritos de “Fora Dilma” e “Impeachment, Já”.