O Governo de São Paulo iniciou a operação do turismo ecológico no Parque Estadual Ilha Anchieta, localizado em Ubatuba, litoral norte do Estado. A medida começou no sábado (15) e visa a ampliar o ecoturismo e a manter a conservação da biodiversidade, além de fomentar a atividade socioeconômica na região, incluindo a contratação de mão de obra local.
A empresa Ebram Fiori Hostels foi vencedora do processo para permissão de uso, pelo período de dez anos, e ficará responsável por aprimorar a prestação dos serviços e de infraestrutura oferecidos aos visitantes.
De acordo com as regras estabelecidas, toda a operação deverá priorizar atividades sustentáveis e com o mínimo de impacto ambiental. O parque recebe, em média, cerca de 40 mil visitantes por ano.
A parceria com a iniciativa privada permitirá melhor atendimento aos turistas, além de ampliar o monitoramento da visitação. O contrato prevê, entre outras medidas, serviços de pernoite e alimentação que, hoje, a ilha não dispõe.
A comercialização deve priorizar pescados e frutos do mar obtidos por meio da pesca artesanal e produtos que favoreçam a proteção da Mata Atlântica. A operadora deverá, ainda, orientar os frequentadores e promover campanhas educativas acerca do uso de plásticos descartáveis e quanto ao descarte correto dos resíduos. Também disponibilizará às redes públicas de ensino municipais e estaduais períodos para visitação, com hospedagem e pensão completa gratuita.
Parque Estadual Ilha Anchieta
De acordo com a Alesp, a Ilha Anchieta, localizada no município de Ubatuba, era conhecida inicialmente como Ilha dos Porcos, quando nela foi construída uma colônia penal e desapropriadas cerca de 412 famílias. Esta colônia foi desativada em 1914, com os presos sendo transferidos para os presídios de Taubaté, mas, em 1928, foi reativada para abrigar os presos políticos do período da ditadura de Getúlio Vargas.
Nesta época, além dos habitantes originais, passaram a morar na ilha os soldados e seus familiares. A Ilha dos Porcos passou a ser denominada Ilha Anchieta apenas em 1934, como parte das homenagens ao quarto centenário do nascimento do Padre José de Anchieta. Em 1942, a antiga colônia penal se transformou no Instituto Correcional da Ilha Anchieta.
Em 1955, após uma grande rebelião dos presos, o presídio foi desativado e, somente em 29 de março de 1977, a ilha foi reativada, mas como Parque Estadual da Ilha Anchieta (PEI) e sob a administração do Instituto Florestal. Com 828 hectares de extensão, o parque está a 600 metros do continente e abriga uma fauna diversificada, a maioria introduzida na ilha em 1983 pelo Zoológico de São Paulo.