O Parlamento Europeu aprovou nesta terça-feira (26), em Estrasburgo, a abolição do horário de verão a partir de 2021, com 410 deputados votando a favor, 192 sendo contra e 51 abstenções. O plenário do Parlamento seguiu uma recomendação da Comissão de Transportes do órgão.
A Comissão Europeia originalmente pretendia acabar com a mudança de horário já em 2020, atendendo ao resultado de uma pesquisa feita em toda a União Europeia (UE) e na qual a ampla maioria dos cidadãos se mostrou a favor do fim da mudança de hora duas vezes por ano. Porém, os Estados-membros pediram mais tempo para preparar a alteração e evitar “uma colcha de retalhos de diferentes fusos horários na Europa”.
Segundo o plano aprovado nesta terça-feira, os membros da UE devem comunicar à Comissão Europeia, em Bruxelas, até abril de 2020 qual horário pretendem manter permanentemente: o de verão ou o de inverno. Em março de 2021, a mudança para o horário de verão deverá ocorrer pela última vez.Pelo projeto aprovado, seria possível que a Alemanha se decidisse de outra forma que as vizinhas Bélgica e França e ao final os países teriam horários diferentes. Para evitar isso, os países da UE querem se coordenar.
Mas isso não será assim tão fácil. Existe hoje, na Europa Central, um fuso horário que abrange uma região que vai da Espanha à Polônia, incluindo 17 países. Se todos optarem pelo horário de verão eterno, o sol só nasceria depois das 10h no oeste da Espanha no inverno. Se todos ficarem com o horário de inverno, o sol nasceria às 3h15min em Varsóvia no verão.
A mudança de hora duas vezes por ano é um assunto controverso há muito tempo, mas hoje existe um amplo consenso na UE quanto ao seu fim. Desde 1996, os habitantes da União Europeia mudam os relógios no último domingo de março (uma hora para frente) e no último domingo de outubro (uma hora para trás). Na Alemanha, o horário de verão existe desde 1980.
Originalmente, a intenção era poupar energia através de uma melhor utilização da luz do dia, mas os benefícios econômicos são extremamente controversos. Além disso, pesquisas científicas sugerem que a transição possa causar problemas de saúde física ou psicológica.
Foto: Alvaro Barrientos/AP