A 22ª edição da Parada do Orgulho LGBT lotava ruas e avenidas do Centro de São Paulo neste domingo (3). Com o tema “Poder para LGBTI+, Nosso Voto, Nossa Voz”, a festa era marcada por apresentações musicais, como a da cantora Pabllo Vittar, e discursos a favor do respeito pelas diferenças contra a violência.
O público começou a se concentrar em frente ao Masp durante a manhã. Por volta do meio-dia, durante a abertura oficial da parada, a arquiteta Mônica Benício, viúva da vereadora carioca Marielle Franco, emocionou o público ao discursar.”Isso aqui é um ato de resistência. O Brasil é um dos países que mais mata a sua população LGBT. E a gente não pode assumir isso, deixar que isso continue desta maneira”, disse Mônica. A esposa dela foi assassinada em abril no Rio e, até agora, o crime deixa mais dúvidas do que respostas.
Em seguida, a apresentadora Fernanda Lima também criticou a violência contra o público LGBT. “Não podemos deixar que a LGBTfobia continue matando”, disse. Ao final de sua fala, ainda prometeu trazer o marido, Rodrigo Hilbert, na próxima edição do evento. E completou: “[Ele vem] de drag!”
Ela aproveitou para dar um selinho na apresentadora oficial do evento, a drag-queen Tchaka.
Público
A cantora Pabllo Vittar agitou o público em um dos 18 trios elétricos presentes na Avenida Paulista. Anitta também cantou seus sucessos.
De lá, a parada seguiu pela Rua da Consolação em direção à Praça Roosevelt. Nem o frio e a chuva fraca afastaram o público
“A gente vem por tudo, pelas festas e pelos protestos. Já tinha vindo outras vezes, mas estou achando melhor este ano. Acho que é porque dessa vez estamos juntas”, contou a cabeleireira Helaine Couto, de 23 anos.
Ela estava acompanhada da namorada, Isadora Cristina, de 21 anos, operadora de caixa. As duas namoram há 10 meses, e ambas já tinham vindo em outras edições.
“Acho que é um momento divertir, mas de mobilização também. Acho que a gente tem que reivindicar direitos, mas também lembrar dos nossos deveres na sociedade”, disse o enfermeiro Reginaldo “Mitiko”, de 47 anos.
“Vejo muitos meninos gays mais novos que são muito superficiais”, afirmou, após tirar fotos com várias pessoas que o abordam. Esta é sua 18ª Parada, e a 15ª em que vem vestido de gueixa.Eduardo Souza, de 27 anos, é cabeleireiro e veio pela primeira vez à Parada LGBT acompanhado da amiga Pâmella Christina, de 18 anos, também cabeleireira. “Não vim pra beijar ninguém, porque a causa é muito mais relevante”, afirmou.