O candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves, afirmou nessa segunda-feira que sua adversária nas urnas, a ex-senadora Marina Silva, que concorre ao Palácio do Planalto pelo PSB, é “um PT de roupa nova”. Em seu programa eleitoral de rádio e na visita que fez a Linhares, no Espírito Santo, o tucano procurou reforçar a ideia de que Marina representa continuidade e que, somente ele, é a verdadeira oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT). “É cada vez mais claro que para tirar o PT do governo é preciso colocar algo melhor no lugar, e não um PT renovado, não um PT de roupa nova.” Nas contas de Aécio, a socialista teve 80% de sua trajetória política dentro do PT. “E provavelmente será uma parcela importante do PT, se ela (Marina) vencer as eleições, com quem ela vai governar”, prevê. Aécio disse ver cada vez mais semelhanças entre a ex-senadora e Dilma em sua primeira eleição para o Palácio do Planalto. De acordo com ele, há quatro anos, a presidente “propunha o mundo, mas não sabia como viabilizá-lo”.
Apesar de reforçar as críticas feitas ao governo petista, Aécio concentrou os ataques na ex-senadora, a quem indiretamente comparou a um time “de Segunda Divisão”. Usando metáforas do futebol, o tucano disse que o país tem ao seu alcance uma seleção qualificada para colocar em campo e não vai se contentar em jogar com uma equipe improvisada. “Nossa proposta é oposição ao que está aí, ao aparelhamento da máquina pública, ao descompromisso com a ética e à incapacidade de permitir o Brasil de crescer, gerando empregos. Ela não é construída no improviso, ela não se altera ao sabor das circunstâncias ou de qualquer tipo de pressão”, afirmou, em referência às recentes mudanças de posicionamento de Marina Silva.
“Está na hora de o Brasil perceber que temos nas nossas mãos uma Seleção Brasileira de gente qualificada, muitos aqui do Espírito Santo, que vão nos ajudar a governar, fazer o Brasil voltar a sorrir, fazer o Brasil crescer, se desenvolver, sem ódio no coração, sem esse rancor que é a marca do PT”, afirmou. Aproveitando o local – o Espírito Santo se destaca na produção de petróleo –, Aécio disse que o aparelhamento da Petrobras adiou investimentos importantes para o Brasil e, especialmente, para os capixabas. O candidato afirmou que o governo federal virou as costas para o estado e prometeu que vai resgatar a capacidade de investimentos da estatal.
O tucano prometeu resgatar o Espírito Santo, se eleito, e atuar em parceria com Paulo Hartung, do PMDB, que concorre ao governo, e com outras lideranças do estado. “Por isso, não posso crer que vamos perder uma oportunidade que temos nas mãos para encerrar um ciclo perverso para com o Brasil, que fracassou em todas as áreas, e iniciar um outro que ninguém sabe qual é, no caso da candidata Marina”, afirmou. Mais uma vez, o tucano se colocou como a mudança segura. Segundo o candidato, o Brasil começa a viver uma onda da razão. “Esta campanha teve muitas ondas. A onda da razão, o voto consciente, certamente será o voto no candidato do PSDB para presidente da República”, pregou.
MUNICÍPIOS Caso eleito, o tucano prometeu ser o presidente dos municípios. Para ele, o governo petista transformou o Brasil em um “estado unitário”, com as prefeituras dependentes da União. Na área econômica, o candidato do PSDB acenou com uma política fiscal transparente, com previsibilidade e combate rigoroso à inflação. “Somos os únicos que conseguimos fazer isso com responsabilidade, na direção da retomada dos investimentos no Brasil”, afirmou.