Um homem foi acusado de matar o filho de apenas um ano, na manhã desta quarta-feira, em Caçapava. Wiliam de Paula, 25 anos, mantinha a criança como refém e teria assassinado o filho quando os policiais entraram em sua casa, na Vila Paraíso.
O pai, que é usuário de droga e sofre de transtornos mentais, tinha brigado com a mãe da criança horas antes do crime. Ele havia tirado a esposa e a filha recém-nascida de casa para ficar sozinho com o menino, que completaria dois anos em maio.
O drama da família começou por volta das 10h.
A Polícia Militar, acionada pelos vizinhos uma hora depois, tentou negociar com Wiliam. Uma equipe se manteve de prontidão em frente à casa. Já outro grupo de policiais tentou entrar pelo quintal da residência.
“O rapaz estava mentalmente perturbado, ignorando a presença da PM. Ele não respondia aos nossos estímulos. Quando fez um movimento para dar a facada na criança, demos um tiro com arma não letal nele, que caiu no chão. O menino já estava desacordado, porque tinha sido espancado antes”, disse o tenente Marcelo Marinho, que participou da ação.
“Não sabemos se criança morreu por conta do espancamento ou por algum ferimento provocado pela faca. Só o laudo vai nos apontar. Mas ela foi socorrida desacordada”, completou.
Na Vila Paraíso, onde aconteceu o crime, os vizinhos ainda tentavam entender a morte do garoto.
Calmo. Um vizinho contou que Wiliam não era uma pessoa agressiva nem demonstrava maldade. “Era calmo até demais. O problema foi que ele passou quatro dias usando drogas sem parar. Nos últimos dias, andava transtornado pela rua”, contou o pedreiro F.A.G, 51 anos, a O VALE.
O aposentado Francisco Ribeiro Dias, de 77 anos, também demonstrou perplexidade com o crime.
“Moro há mais de 40 anos neste bairro e nunca vi uma coisa dessas. Quando ele começou a ameaçar a criança, tentei ligar para a polícia, mas fiquei tão nervoso que não consegui discar o número. Uma outra vizinha ligou. Estou chocado”, disse.
Depoimento. Wiliam de Paula não havia prestado depoimento até a noite desta quarta. “Ele ainda está sob efeito da droga. Só depois, quando ele recuperar a consciência, vamos ouvi-lo”, disse na noite de ontem o delegado responsável pelo caso, Cléber Oliveira.
A mãe da criança permanecia internada em estado de choque até o começo da noite. A outra filha do casal, com apenas 14 dias de vida, foi levada para a casa de parentes da mulher.