O mar parecia aberto para que Gabriel Medina se consolidasse como rei de Teahupo’o. Mas, ainda engasgado com a derrota na decisão em 2018, Owen Wright quis sua revanche. Com uma estratégia perfeita na reta final da bateria, o australiano garantiu o título da etapa do Taiti do Circuito Mundial. De quebra, impediu que o brasileiro assumisse a liderança da tabela na temporada.
Se fosse campeão, Medina pularia da sétima posição para a liderança. Ao perder a final, abriu caminho para que Filipe Toledo tomasse a ponta da classificação mesmo caindo nas oitavas de final. A quatro etapas do fim da temporada, a disputa pelo título segue aberta. Com a derrota, Medina aparece em quarto lugar, atrás também do sul-africano Jordy Smith e do americano Kolohe Andino.
Os dois surfistas já haviam feito a final em Teahupo’o no ano passado. Em 2018, Gabriel Medina levou a melhor ao garantir o título em sua última onda. Desta vez, foi Wright quem acabou com a festa do brasileiro no fim. Foi a primeira vitória do australiano contra o bicampeão mundial no Taiti.
Wright vence nos minutos finais
A final começou morna. Medina abriu a contagem com uma nota baixa (0,50). Quando a prioridade estava nas mãos de Owen Wright, melhorou um pouco as contas com um 4,83. O australiano voltou à briga com um 6,17. Mas Medina manteve a tranquilidade. Na melhor onda até ali, o brasileiro encaixou um belo tubo e retomou a liderança com 7,83.
As ondas, então, voltaram a aparecer. Em mais um bom tubo, Medina somou 7,10 e ampliou sua vantagem sobre Wright. Mas foi a vez de o australiano tomar a responsabilidade para si. Com a prioridade em mãos, o brasileiro deixou uma onda passar, e Wright aproveitou. Em um tubo espetacular, passou à frente com 9,17 a quatro minutos do fim. Ampliou a vantagem com um 7,90 logo na sequência. Àquela altura, Medina remou e buscou uma solução. Não encontrou. A festa, desta vez, foi do australiano.
As semifinais
Para chegar à final, Gabriel Medina não precisou fazer muito. As condições já não estavam tão boas quando o brasileiro e Seth Moniz ouviram tocar o alerta de início da bateria da semifinal. Gabriel abriu a contagem com um bom tubo, tirando 6,33. O rival tentou tirar a desvantagem ao longo da disputa, mas o bicampeão mundial soube administrar bem a vantagem. No fim, o havaiano ainda conseguiu um tubo, mas não foi o suficiente para virar a bateria: 11,16 a 7,03, e vaga na final para o brasileiro.
Na semifinal anterior, Owen Wright abriu o caminho para Filipe Toledo assumisse a liderança do ranking na temporada. O australiano somou duas boas notas logo de cara e dominou a bateria contra o sul-africano Jordy Smith, que assumiria a ponta caso fosse à final. No fim, 15,67 a 10,66 no somatório e vaga na decisão.
Nas quartas, apenas Medina avança
Na primeira bateria do dia, Jadson André por pouco não conseguiu um lugar nas semifinais. O surfista potiguar encaixou duas boas ondas, mas esbarrou na perfeição de Owen Wright. O australiano, com um tubo perfeito, arrancou o segundo 10 da competição até ali – o primeiro havia sido de Gabriel Medina no dia anterior. O potiguar até tentou buscar a classificação, mas ficou no quase: 19,07 a 16,67.
Pouco depois, outro brasileiro ficou pelo caminho. Adriano de Souza, o Mineirinho, não conseguiu encaixar uma boa onda sequer e viu Jordy Smith dominar a bateria do início ao fim. Com um bom tubo, o sul-africano arrancou um 9,23 e deixou o brasileiro em combinação. Mineirinho até conseguiu fugir da combinação no fim da bateria, mas não viu surgir uma onda que o colocasse nas semifinais: 14,06 a 8,67.
Na terceira bateria das quartas, uma longa espera. Gabriel Medina e Jeremy Flores precisaram esperar por um bom tempo para que uma onda surgisse em Teahupo’o. As notas foram baixas, mas o brasileiro conseguiu o suficiente para liderar a bateria rumo às semifinais na competição. Com 11,77 a 2,50, cravou a classificação para a fase seguinte.As condições não melhoraram para a última bateria das quartas. Caio Ibelli e Seth Moniz sofreram no início para encontrar alguma boa onda. O havaiano levou a melhor no início, mas o brasileiro conseguiu a primeira boa nota: 8,83. Foi quando as séries finalmente começaram a aparecer. No fim, Seth levou a melhor e passou à semifinal: 15,60 a 12,83.
Foto:WSL/Dunbar