A Otan classificou a Rússia, nesta quarta-feira (29), como a maior “ameaça direta” à segurança do Ocidente após a invasão russa à Ucrânia, e concordou com planos para modernizar as Forças Armadas ucranianas, dizendo que apoia totalmente a “defesa heroica de seu país” pelos ucranianos.
Putin disse, segundo agências de notícias russas, que não poderia descartar que tensões emergissem nas relações de Moscou com Helsinki e Estocolmo após eles entrarem na Otan.
O presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou mais deslocamentos de forças por terra, mar e ar ao longo da Europa, da Espanha, no oeste, à Romênia e à Polônia, na fronteira com a Ucrânia.
“A guerra do presidente Putin contra a Ucrânia despedaçou a paz na Europa e criou a maior crise de segurança na Europa desde a Segunda Guerra Mundial”, disse o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, em uma entrevista coletiva. “A Otan respondeu com força e união”.
Enquanto os 30 líderes da Otan se reuniam em Madri, as forças russas intensificaram os ataques na Ucrânia, com mísseis e bombardeios na região de Mykolaiv, no sul, perto das linhas de frente e do Mar Negro.
O prefeito da cidade de Mykolaiv disse que um míssil russo matou pelo menos cinco pessoas em um prédio residencial, e Moscou afirmou que suas forças haviam atingido o que chamou de base de treinamento para mercenários estrangeiros na região.
O governador da província de Luhansk, no leste, relatou “lutas em todo lugar”, em uma batalha em torno da cidade de Lysychansk, que as forças russas estão tentando cercar ao avançar gradualmente em uma campanha para conquistar toda a região industrial de Donbas, no leste da Ucrânia, em nome de representantes separatistas. Donbas é composto pelas províncias de Donetsk e Luhansk.
Aludindo à deterioração das relações com a Rússia desde a invasão, um comunicado da Otan chamou a Rússia de “mais significativa e direta ameaça à segurança dos aliados”, após anteriormente tê-la classificado como uma “parceira estratégica”.
A Otan emitiu um novo documento de Conceito Estratégico, o seu primeiro desde 2010, que diz que uma “Ucrânia forte e independente é vital para a estabilidade da região Euro-Atlântica”.
“Estamos em total solidariedade ao governo e ao povo da Ucrânia na heroica defesa do seu país”, disse o comunicado.