Tem início essa semana uma ofensiva para combater a expansão de cracolândias em São José dos Campos. A iniciativa reúne Promotoria, Vara da Infância e Juventude, prefeitura, Polícia Civil, Conselho Tutelar e Polícia Militar.
Serão realizadas abordagens periódicas em conjunto. A primeira iniciativa, considerada piloto, incidirá em quatro áreas: zona sul (arredores do antigo Pinheirinho), zona leste (praça 1º de Maio), zona Norte (praça de Santana) e centro (em diversos pontos).
As ações foram definidas ontem em reunião no Fórum, após convocação do juiz da Vara da Infância e Juventude de São José, Marco César Vasconcelos e Souza. “A questão do crack tem aumentado muito na cidade. Há mulheres grávidas que não fazem tratamento, não fazem o pré-natal. As crianças estão nascendo prematuras e com problemas neurológicos. Precisamos intervir”, disse ele.
O juiz afirma que não são comuns os casos de jovens morando nas cracolândias.
“O adolescente usuário, na maior parte dos casos, fica na rua durante o dia e se recolhe à noite. Não há muitos adolescentes moradores de rua em São José, mas eles existem.”
Segundo o secretário de Defesa do Cidadão, José Luis Nunes, há hoje nove pontos onde moradores de rua se aglomeram para usar crack.
“Com esta ação, vamos descobrir quem está nas ruas. Muitos não são da cidade. Vamos levantar as informações pela Polícia Civil, pela PM, para saber se é morador de rua mesmo. Uma assistente social, por exemplo, não pode se meter com traficante. Da mesma forma, um policial militar não sabe como abordar um usuário de drogas”, disse Nunes.
Assistentes sociais, guardas municipais e profissionais de saúde participarão d as operações.
Traficantes. O delegado seccional de São José, Leon Nascimento Ribeiro, quer saber quem está vendendo crack para os usuários. “Vamos entrar para identificar os traficantes que estão fornecendo a droga para eles. Sempre que formos acionados, estaremos presentes. Vou designar o profissional conforme a área: se for na zona sul, vou acionar a equipe de lá e assim sucessivamente nas demais áreas.”
O projeto Comarca Terapêutica, desenvolvido em São José pelo Ministério Público, também vai reforçar suas ações.
Tratamento será oferecido a usuários:
Dentro do projeto “Comarca Terapêutica”, em desenvolvimento há dois anos no Jecrim (Juizado Especial Criminal) de São José dos Campos, terá início, a partir de agosto, o encaminhamento de réus usuários de drogas para tratamento psicológico. A novidade foi anunciada ontem pelo promotor do Jecrim, Fábio Rodrigues Franco Lima.
Ontem, na sede do Deinter-1 (Departamento de Polícia Judiciária), as tratativas para a iniciativa foram formalizadas, com delegados de Polícia e escrivães chefes, a Secretaria de Saúde e representantes da Unip e da Anhanguera, que farão o atendimento psicológico. “Os réus não serão obrigados, mas terão benefícios em seus processos caso aceitem”, disse o promotor.