O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, recebeu seu sucessor, Donald Trump, na Casa Branca, nesta quinta-feira (10), para começar as discussões sobre transição de poder. A reunião acontece no Salão Oval.
O magnata chegou às 11h do horário local (14h de Brasília) à sua futura residência oficial, situada na Pennsylvania Avenue, na capital do país.
A primeira-dama, Michelle Obama, também irá conversar em particular com a esposa de Trump, Melania, na residência da Casa Branca, de acordo com a Reuters.
Na terça-feira (8), Obama havia afirmado que instruiu sua equipe a garantir uma transição de sucesso para o próximo presidente. Obama afirmou que “não é segredo” que ele e Trump têm diferenças significativas, mas disse que o felicitou e o convidou para essa reunião na Casa Branca.
Obama e Trump praticamente não tiveram nenhum contato prévio. Ao longo da campanha, Trump liderou o movimento que questionou a cidadania norte-americana de Obama e prometeu reverter as políticas que se tornaram a marca registrada do democrata depois que assumir o cargo em 20 de janeiro.
Obama participou ativamente da campanha da democrata Hillary Clinton, fazendo discursos e mesmo criticando o republicano. Ele chegou a classificar o bilionário como temperamentalmente inepto para a presidência e perigosamente despreparado para ter acesso aos códigos nucleares norte-americanos.
Eles tentarão deixar essa história para trás, ao menos diante das câmeras, durante o encontro no Salão Oval.
‘Diálogo muito agradável’
A chefe da campanha de Trump, Kellyanne Conway, disse na quarta-feira que Obama telefonou para Trump logo após a vitória.
O secretário de imprensa da Casa Branca, Josh Earnest, já havia dito a jornalistas na semana passada, a bordo do avião presidencial Air Forte One, que o presidente tinha sua agenda vaga nesta quarta e quinta para uma possível reunião com o eleito.
Japão
Donald Trump terá uma agenda movimentada durante a transição. Ele se reunirá com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe. Em princípio, a reunião acontecerá na quinta-feira (17), na véspera da viagem do chefe de Governo nipônico ao Peru para uma encontro de cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC).
Durante a campanha eleitoral, Trump irritou o Japão ao pedir que o país pague mais para manter as forças militares americanas em seu território. Ele chegou a sugerir que o país se transforme em uma potência militar nuclear para proteger-se de um imprevisível vizinho, a Coreia do Norte.
As declarações provocaram indignação no Japão, único país que sofre um ataque com bombas nucleares. Trump também expressou oposição ao Tratado de Livre Comércio Transpacífico respaldado pelo presidente Barack Obama.
México
O presidente do México, Enrique Peña Nieto, disse que combinou um encontro para definir o rumo da relação entre ambos os países. Durante a campanha, Trump prometeu construir um muro separando os países para evitar a entrada de imigrantes ilegais. Ele também chegou a se referir aos mexicanos como traficantes de drogas.
Pena Nieto afirmou que irá discutir uma nova agenda de trabalho com Trump que incluirá questões de segurança. Antes da eleição, o presidente mexicano recebeu críticas da imprensa local por participar de uma reunião com o então candidato republicano.