O presidente dos Estados Unidos Barack Obama afirmou nesta quarta-feira (5) que trabalhará com o novo congresso norte-americano, eleito nesta terça-feira e que passa a ter maioria dos republicanos, “para fazer dos próximos dois anos os mais produtivos possíveis”. O mandato de Obama termina no final de 2016.
Confirmando as expectativas, o Partido Republicano manteve o controle da Câmara e conquistou a maioria das cadeiras do Senado nas eleições legislativas desta terça. Mitch McConnell, vitorioso no Kentucky, surgiu como o novo líder do partido na Câmara Alta.
O presidente disse que parabenizou McConnell nesta quarta. “Obviamente, os republicanos tiveram uma boa noite e merecem o crédito por fazer boas campanhas”, reconheceu o presidente.
Em seu primeiro pronunciamento depois do resultado das eleições, Obama ressaltou sua vontade de trabalhar junto com os republicanos, e admitiu que podem haver alguns desacordos. “O Congresso vai passar algumas leis que eu não poderei assinar. Mas podemos achar meios de trabalhar juntos pelo o que a mioria dos americanos quer”, afirmou. “Meu maior objetivo é entregar o quanto eu possa para a sociedade americana nesses dois últimos anos”.
O presidente destacou, por outro lado, temas em que os democratas e republicanos tendem a concordar, como a criação de empregos, o aumento das exportações e o acesso de jovens às universidades. “São oportunidades para cooperar e fazer coisas junto pelos próximos dois anos”, afirmou.
Obama ainda mencionou que antes da mudança do Congresso, até o final deste ano, os atuais deputados e senadores devem votar sobre o financiamento para o trabalho de médicos norte-americanos que vão para a África Ocidental tratar de pacientes com ebola e sobre uma autorização para forças militares atuarem no Iraque e na Síria contra o grupo jihadista Estado Islâmico.
Imigração
Questionado sobre como atuará em relação aos imigrantes ilegais nos Estados Unidos, Obama disse que até o final deste ano vai usufruir de um decreto presidencial.
O projeto de lei da reforma do sistema migratório foi aprovado pelo Senado no ano passado, mas bloqueado na Câmara pelos republicanos. O texto contempla a regularização dos imigrantes em situação ilegal e um astronômico aumento da segurança na fronteira.
O decreto presidencial pode fornecer alívio para alguns dos 11 milhões de imigrantes ilegais, muitos deles há vários anos estabelecidos nos Estados Unidos.
“Antes do final do ano, vamos tomar toda ação legal possível que eu considere que vá melhorar o funcionamento do nosso sistema migratório”, disse. “O que eu não fazer é esperar”.
O presidente alegou que continuar esperando “tem um custo”, referindo-se aos custos para deportar os imigrantes em condições ilegais, no lugar de permitir sua regularização, com o pagamento de multa e impostos.