Se o Dérbi pela nona rodada do Campeonato Paulista não valia tanta coisa para os palmeirenses, pelo menos na tabela, o Palmeiras começa nesta segunda-feira a preparação para a semana mais importante da temporada até o momento.
Na quinta-feira, na Colômbia, o time de Roger Machado estreia na Libertadores contra o Atlético Junior de Barranquilla. O clássico vencido pelo Corinthians por 2 a 0, porém, ainda pode ser usado como exemplo.
O resultado negativo em Itaquera foi o primeiro do Palmeiras em 2018 – agora são seis vitórias, dois empates e uma derrota. Mas o desempenho pode servir de lição aos palmeirenses em alguns aspectos. Confira:
Saída de bola
Jogando em casa, o Corinthians começou a partida tentando pressionar a saída de bola do Palmeiras com uma marcação avançada. A tática de Fabio Carille deu certo e bloqueou a participação dos meias e as jogadas pelo lado. Felipe Melo e Lucas Lima foram as principais alternativas na ligação, mas quase sempre com um passe longo.
Na ausência de um 10 centralizado, principalmente com Lucas Lima mais recuado para fugir da marcação adversária, o Palmeiras trocou passes laterais e não teve profundidade. As melhores chegadas foram em ligações direta, quase sempre com Borja.
Na Colômbia, o Atlético Junior tem como característica forte o jogo de velocidade e a pressão no campo de ataque. Uma maneira de o Palmeiras enfrentar isso e diminuir o ímpeto dos donos da casa é ter mais a bola nos pés. Para isso, é necessária uma participação maior de Lucas Lima, Tchê Tchê e Dudu.
Alternativas de jogo
O Palmeiras de Roger Machado se apoia ofensivamente em um atacante centralizado (Borja) e dois pontas abertos pelos lados (Willian e Dudu). No banco, há opções que podem mudar a característica do time: Keno é uma alternativa de drible e velocidade, Gustavo Scarpa tem qualidade na bola parada e no arremate, e Guerra, que pode jogar tanto aberto pela direita como centralizado, tem boa qualidade de passe.
Moisés pode dar mais dinâmica ao meio de campo, e Edu Dracena, mais experiência ao setor defensivo. A dupla, porém, ainda está em evolução física. Na esquerda, Michel Bastos tem sido utilizado na ausência de Diogo Barbosa para dar opção de jogo a Dudu no sistema ofensivo. Contra o Corinthians, porém, não funcionou.
Aplicação defensiva
Uma das ideias de Roger Machado é ter uma linha de quatro posicionada defensivamente no meio com objetivo de diminuir espaços entre os setores e cortar opções de passe do time adversário. Mas isso depende de uma aplicação tática quase que perfeita.
No lance do gol de Rodriguinho, o Corinthians trocou passes de pé em pé por mais de um minuto. A marcação palmeirense foi desmontada após Tchê Tchê não acompanhar o meia, e Maycon avançar pela esquerda sem a cobertura de Borja.
Com apenas um volante de referência, o Palmeiras precisa de uma recomposição rápida e eficiente para evitar buracos e a exposição da linha defensiva.
(Foto: Marcos Ribolli)