O número de mortos após a passagem do ciclone Idai por Moçambique e Zimbábue deve “crescer significativamente”, alertou a Cruz Vermelha nesta terça-feira (19). O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse em entrevista para uma rádio estatal que o número de vítimas pode chegar a mil.
O ciclone atingiu o centro de Moçambique na noite de quinta-feira (14) e avançou rumo ao Zimbábue e o Malaui, destruindo tudo em sua passagem: estradas, escolas, casas, lojas, hospitais e até mesmo uma represa.
O número de mortes confirmadas até segunda-feira (18), segundo balanço divulgado pela agência de notícias France Presse, estava acima de 200 em Moçambique e era de ao menos 100 no Zimbábue, totalizando mais de 300 mortes nos dois países.
“Já temos mais de 200 mortos e cerca de 350 mil pessoas estão em perigo”, disse o presidente moçambicano, Filipe Nyusi. “Estamos em uma situação extremadamente difícil”.
O governo disse que 600 mil pessoas foram afetadas e 100 mil precisam de ser urgentemente resgatadas perto da cidade de Beira, a segunda maior de Moçambique, informou a BBC.
De acordo com um comunicado divulgado pelo arcebispo do município, estima-se que cerca de 140 mil famílias tenham tido prejuízos, das quais entre 10% e 20% perderam tudo. Beira e seu arredores ficaram 90% danificados ou destruídos.
“Não temos números claros sobre mortos, mas estamos olhando para áreas enormes que estão debaixo d’água. Estamos vendo quilômetros de aldeias sob vários metros de água”, afirmou Gerard Burke, do Programa Mundial de Alimentos da ONU.
No Zimbábue, o ministro July Moyo afirmou que ainda é necessário confirmar os números de mortos e que há pelo menos 217 desaparecidos.
“O número total, nos disseram que poderia ser 100, alguns dizem que podem ser 300. Mas não podemos confirmar esta situação”, disse.
Foto: Josh Estey/CARE via AP