O número de acidentes no trecho do Vale do Paraíba da Via Dutra, um dos principais corredores viários do país, caiu 6,24% em 2014. Apesar disso, o número de mortes na rodovia aumentou no último ano, foram 71 óbitos contra 67 no ano anterior.
Os dados são de um balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF) feito a pedido do G1 no trecho entre Jacareí e Canas, que tem 120 km. O levantamento mostrou que foram registrados 204 acidentes a menos no ano passado em relação a 2013. Foram contabilizados 3.266 acidentes entre janeiro e dezembro – em média oito por dia.
O número de feridos em acidentes no trecho do Vale do Paraíba na rodovia também diminuiu. Nos 3.470 acidentes registrados em 2013, 1.265 pessoas ficaram feridas e; no ano passado, 1.200 tiveram ferimentos. A média diária de tráfego no corredor em um ano aumentou 3%.
Para o especialista em projetos viários, Ronaldo Garcia, a redução no índice não significa que a rodovia está mais segura e com melhores condições de trafegabilidade. “A redução não foi significativa. Os números de acidentes e mortes são elevados, especialmente no perímetro urbano”, disse.
Quase metade das mortes e acidentes no ano passado foram em trechos urbanos da rodovia, segundo a PRF. “Desde 1950, a Dutra é uma rodovia utilizada também para o tráfego urbano. A solução seria criar novas vias laterais [marginais] de acesso, o que está previsto no contrato de concessão”, afirmou.
A CCR NovaDutra, concessionária da rodovia, informou em nota que está em negociação com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para a implantação de novo trecho de vias marginais na região do Vale do Paraíba.
Atropelamentos
De acordo com a polícia, dos 71 mortos na Via Dutra no Vale no ano passado, 35 foram vítimas de atropelamento.
Nos trechos urbanos os atropelamentos foram responsáveis pela morte de 17 das 30 vítimas fatais de acidentes. Os trechos considerados mais críticos são entre São José dos Campos e Jacareí, que registrou 13 mortes por atropelamento; Taubaté, que teve três mortes e Caçapava, com uma morte.
Para o inspetor Maciel Junior, da PRF, uma parcela dos acidentes acontece por imprudência – são casos de pedestres que atravessa a rodovia a cerca de 100 a 500 metros de distância de uma passarela. “O pedestre não tem capacidade de calcular velocidade do carro e o tempo necessário para fazer a travessia”, explicou.
Ainda segundo o inspetor da PRF, a maioria dos acidentes são causados ainda pela falta de atenção dos motoristas. “Entre este acidentes estão a falta de atenção, que são levam a colisões traseiras, porque o condutor não mantém uma distância segura do veículo a frente, e ainda as ultrapassagens proibidas e excesso de velocidade”, afirmou.