“Uma organização sem fins lucrativos que atua na área de acolhimento e proteção à criança e ao adolescente”. Esta é a definição do novo local de trabalho do goleiro Bruno Fernandes.
Condenado pelo assassinato de Eliza Samúdio, o atleta iniciará, nesta semana, um trabalho de reintegração à sociedade. Ele terá a incumbência de lecionar futebol para filhos de detentos em Varginha, cidade do interior de Minas Gerais. A atuação do jogador será feito no Núcleo de Capacitação para a Paz (Nucap).
O projeto permite que presidiários convivam novamente ao lado de seus filhos. No local, as crianças recebem café da manhã, acompanhamento psicológico, atendimento médico e aulas particulares. O jogador que soma passagens por Atlético-MG, Corinthians, Flamengo e Boa Esporte será responsável por cuidar da área esportiva.
O trabalho de Bruno Fernandes será de segunda a sexta-feira e o auxiliará na redução da pena imposta pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG). A cada dia de serviço prestado, o atleta reduzirá um três dias da punição aplicada em 2013 – 22 anos e três meses de detenção.
Criado em 2010, o Nucap é coordenado por Ângela Mara Toledo [bacharel em enfermagem] e surgiu da necessidade de desenvolver ações voltadas para o atendimento de índividuos classificados como de risco e/ou de vulnerabilidade social, necessariamente envolvidos com a violência. O staff é formado por 26 detentas e outros sete presos, além do goleiro
O Nucap tem como foco o projeto “Mães que Cuidam”. Apoiado pelo poder judiciário, pelo Ministério Público, pelo Presídio de Varginha e pela Defensoria Pública, a instituição acolhe mães condenadas e em restrição de liberdade para que sigam ao lado dos filhos. Mas auxiliar também na reinserção de presidiários, como acontecerá com o goleiro de 32 anos.
Bruno foi condenado pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e sequestro e ocultação de cadáver. O crime ocorreu em 2010, quando o jogador foi preso, acusado de envolvimento no assassinato de Eliza Samúdio, com quem teve um filho.
O jogador obteve habeas corpus em fevereiro de 2017, às vésperas do Carnaval, e imediatamente assinou contrato de duas temporadas com o Boa Esporte. Depois de dois meses defendendo o time de Varginha, retornou à prisão por determinação do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG).