Alguns usuários do transporte público de Mogi das Cruzes foram pegos de surpresa com a notícia do reajuste da tarifa nesta segunda-feira (14). O anúncio do aumento de R$ 4,10 para R$ 4,50 foi feito na última sexta-feira (11).
A cidade havia ficado dois anos sem reajuste. A inflação oficial de 2018 foi de 3,75% enquanto a de 2017 foi de 6,29%. Uma soma de 10,84%. A tarifa segue sendo mais cara que a da capital, que reajustou de R$ 4,00 para R$ 4,30.
Elisabeth Moraes tem 53 anos, é faxineira e não sabia da mudança. Ela ficou preocupada com o impacto do valor no seu orçamento enquanto aguarda o ônibus no ponto de ônibus próximo da Catedral de Sant’Anna.
“Aumentou muito e precisava rever isso. É abusivo. Eu já gastava R$ 200 por mês com transporte e agora, com o aumento, vai fazer diferença na minha renda. Vai prejudicar bastante.”
Para a assistente financeira Nayara dos Santos, de 22 anos, o valor pago com a passagem não condiz com a qualidade do serviço prestado. “Como não vai ter nenhuma melhoria, o aumento não convém. Se fosse para melhorar alguma coisa, até faria sentido”, argumenta.
O enfermeiro Josias Gorrera, de 25 anos, também reclama da qualidade do transporte público. “O aumento é desnecessário porque a estrutura que é oferecida no transporte não é de acordo com o valor. Os ônibus e horários não atendem corretamente a população. Ano passado a empresa foi isenta de impostos e não repassaram esse valor para os usuários. Eles estão ganhando a isenção de impostos, porém, os usuários estão sendo prejudicados. Nós, como trabalhadores, só somos prejudicados. Os reajustes de uma maneira geral, de combustível, passagem e alimento, são sempre maiores que o aumento do nosso salário.”