A presidente Dilma Rousseff afirmou, nesta terça-feira (10), que os pessimistas que acreditaram que o Brasil não conseguiria concluir as obras a tempo do Copa do Mundo começam o jogo perdendo.
Em pronunciamento transmitido em cadeia nacional de rádio e de televisão, a presidente garantiu que o País está pronto para o Mundial e de braços abertos para receber os turistas do mundo todo.
— Como se diz na linguagem do futebol: treino é treino, jogo é jogo. No jogo, que começa agora, os pessimistas já entram perdendo. Foram derrotados pela capacidade de trabalho e a determinação do povo brasileiro, que não desiste nunca.
Dilma também aproveitou para rebater o argumento de que o dinheiro gasto nas obras para a Copa do Mundo deveria ter sido investido em áreas mais importante, como saúde e educação.
Segundo a presidente, apesar de respeitar os críticos, ela não concorda com eles e afirma que, entre 2010 e 2013, a verba investida em hospitais e escolas foi mais de 200 vezes superior ao dinheiro empregado na construção dos estádios.
— Os investimentos nos estádios […] somaram R$ 8 bilhões. Desde 2010, quando começaram as obras dos estádios, até 2013, o governo federal, os Estados e municípios investiram cerca de R$ 1,7 trilhão em educação e saúde. O valor investido em educação e saúde no Brasil é 212 vezes maior que o valor investido nos estádios.
Protestos
Durante o pronunciamento, a presidente fez questão de ressaltar que pelo menos três bilhões de pessoas estarão com olhos voltados para o Brasil, acompanhando os jogos do Mundial a partir da próxima quinta-feira (12).
Ao dar as boas-vindas aos turistas estrangeiros, Dilma reforçou que a Copa do Mundo no Brasil vai lutar contra o racismo e todas as formas de violência e preconceito.
Mostrando-se orgulhosa em sediar o Mundial, a presidente aproveitou para mandar o recado, pedindo diálogo e tolerância.
— Saúdo a todos que estão chegando para esta que será, também, a Copa pela paz e contra o racismo; a Copa pela inclusão e contra todas as formas de violência e preconceito; a Copa da tolerância, da diversidade, do diálogo e do entendimento.
A expectativa pelos protestos populares durante a Copa do Mundo, tema que preocupa as autoridades do governo, também foi abordado por Dilma em seu pronunciamento.
Segundo a presidente, o Brasil é um País democrático e que convive bem com reivindicações populares. No entanto, Dilma fez questão de destacar as instituições que atuam contra o vandalismo.
— Convivemos com manifestações populares e reivindicações que nos ajudam a aperfeiçoar, cada vez mais, nossas instituições democráticas. Instituições que nos respaldam tanto para garantir a liberdade de manifestação como para coibir excessos e radicalismos de qualquer espécie.
Recado para seleção:
Depois de pedir uma Copa contra a violência e a intolerância e de garantir que o Brasil está preparado, “dentro e fora do campo”, para receber o Mundial, a presidente mandou um recado direto para os jogadores e a comissão técnica da seleção brasileira.
Dilma afirmou que a seleção representa toda a nação, independentemente de partidos ou interesses individuais. Segundo a presidente, a camisa verde-amarela materializa um “poderoso patrimônio do povo brasileiro”.
Por isso, Dilma manifestou apoio aos jogadores e disse querer retribuir todas as alegrias que a seleção já deu ao Brasil.
— O Brasil precisa retribuir a vocês, e a todos os desportistas, tudo o que vocês têm feito por nosso povo e por nosso País. O povo brasileiro ama e confia em sua Seleção. Estamos todos juntos para o que der e vier.