Ellen Rocche está no ar como a enfermeira Suzy de “O outro lado do paraíso”. Na trama das 21h, ela se casou com Samuel (Eriberto Leão) sem saber que, na realidade, o médico é homossexual e a usa para esconder a verdade.
– É um tema bastante polêmico. Sou fã do Walcyr Carrasco (autor da história) porque as novelas dele sempre levantam assuntos importantes para a nossa sociedade. Durante o laboratório, conversei com pessoas que passaram por isso e vi que acontece muito mais do que a gente imagina. É interessante essa questão das máscaras sociais que vestimos na nossa vida. Na novela, todos os núcleos abordam isso, só que de jeitos diferentes.
A atriz conta que está sendo muito abordada por pessoas que desejam comentar a história nas ruas.
– O público já comprou completamente. Fazem muitas perguntas e querem dar conselhos. Outro dia, uma senhora no mercado falou muito alto para mim: ‘aquele homem que você está namorando é gay’. Respondi rindo e ela completou, séria: ‘cai fora menina, sai dessa família que é encrenca’. Além disso, existem as pessoas que já passaram por essa situação e me procuraram para contar as suas histórias.
Apesar de ainda não saber o destino de sua personagem, Ellen acredita que será um baque para Suzy quando ela descobrir a verdade. Na vida real, a atriz diz não saber o que faria se passasse por isso.
– Não tenho como saber, mas acredito que eu não cairia na mentira tão fácil quanto a Suzy. Eu sou uma mulher à moda antiga. Não sou de ficar de cara com os homens, preciso conhecer, conversar muito e levar tudo bem devagarzinho. Como o Samuel dá muitas pistas, acho que eu perceberia. A Suzy se engana porque é muito afoita. O que posso imaginar é que seria uma dor muita grande. Quando namoro com alguém, penso na outra pessoa. Então, é claro que eu ia sentir a dor dele também, de saber que ele viveu se escondendo. Mas, ao mesmo tempo, é uma traição dupla: pela mentira e pelo relacionamento com outras pessoas.
Na trama, Suzy é uma personagem muito sensual e tem cenas de lingerie. A atriz garante que não tem dificuldades com isso:
– Na hora, a gente incorpora realmente o personagem, embarca na situação. Eu gosto de me assistir, sou muito crítica. Avalio o que está dando certo no estilo que eu criei, vejo o timming da cena, etc. Mas é claro que quando a gente se vê assim, de lingerie na tela grande, é um pouco estranho.
Ellen, que emagreceu 12 quilos desde o seu último papel, a Leonora de “Haja coração”, em 2016, teve que dar uma pausa na dieta para a história de Walcyr Carrasco.
– Ela foi pensada para ser um mulherão. Cheguei num ponto em que a equipe de caracterização me disse que estava bom, que seria melhor eu parar de emagrecer.