A temporada de 2013 foi tão incrível paraRafael Nadal que nem ele mesmo acredita que poderá repetir em 2015 o desempenho daquele ano. Se a partir de julho de 2012 o Touro Miúra (apelido do tenista) ficou sete meses parado devido a uma lesão crônica no joelho esquerdo e então conquistou 10 títulos no ano seguinte, agora o espanhol vem de uma temporada quase inteiramente marcada por dores e incômodos. Apesar da semelhança entre 2012 e 2014, tudo o que o atual número 3 do mundo quer é estar fisicamente bem para disputar todos os torneios previstos no seu calendário em 2015.
– Não, 2013 é mágico e irrepetível, 2013 não volta. Tenho dois anos a mais. Tenho de tentar outra vez competir tudo que preciso para estar no máximo. Neste ano, tive problemas nas costas no começo, depois no punho, depois a apendicite. Muitas coisas aconteceram que não me permitiram ter o ritmo necessário para ser competitivo durante todos os meses do ano. O objetivo no ano que vem é que isso não ocorra – afirmou Nadal, no dia em que lançou a pedra fundamental do Centro de Treinamento Rafael Nadal, em Manacor, na Espanha.
Em 2013, Nadal venceu 10 das 14 finais que jogou (em 17 torneios disputados), chegou a ficar invicto durante 26 partidas em quadra dura e ainda terminou a temporada na liderança do ranking da ATP. Apesar do nono título de Roland Garros e dos outros três troféus ganhos em 2014 (ATP 250 de Doha, Rio Open e Masters 1.000 de Madri), o espanhol foi prejudicado três vezes pela avariada parte física. Com dores nas costas, ele perdeu a final do Aberto da Austrália para o suíço Stan Wawrinka; uma lesão no punho o impediu de defender os títulos do US Open e dos Masters 1.000 de Montreal e de Cincinnati; e uma cirurgia para curar uma apendicite o fez encerrar a temporada precocemente no final de outubro.
O primeiro torneio que Nadal vai disputar em 2015 é o Mubadala World Tennis Championship, evento-exibição em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, entre 1º e 3 de janeiro. Na semana seguinte, ele participa do ATP 250 de Doha, no Catar, a primeira competição oficial. Para encerrar essa parte inicial do ano, o espanhol disputa o Aberto da Austrália, o primeiro Grand Slam da temporada, entre 19 de janeiro e 1º de fevereiro.
Ex-número 1 do mundo e tricampeão de Roland Garros, Gustavo Kuerten se aposentou após não conseguir suportar as seguidas lesões de sua carreira. Em entrevista à agência de notícias “Reuters”, o maior ídolo do tênis brasileiro elogiou a obstinação do espanhol mesmo após momentos ruins nos últimos anos e espera vê-lo no topo novamente.
– É preocupante para todos nós, que adoramos vê-lo jogar, que ele esteja lesionado. Mas ele continua nos surpreendendo. Ele deu a volta por cima no ano passado, terminando como número 1 novamente. Qualquer coisa é possível para Rafa, mas depende da sua condição física e do nível de Novak (Djokovic) – disse Guga que, no entanto, fez ressalvas.
– Seu estilo de jogo tem um grande impacto sobre o corpo, já que é baseado em um grande desempenho físico.
Apesar da dúvida que ronda Nadal sobre suas condições para brigar pelo título do Aberto da Austrália, Guga acredita que o espanhol vai dedicar todos seus esforços para a gira de saibro. O Miúra já confirmou que novamente vai disputar o Rio Open em 2015 (entre 16 e 22 de fevereiro) e rumará à Argentina na semana seguinte ao torneio carioca para o ATP 250 de Buenos Aires. Em maio e junho, Nadal poderá se sagrar decacampeão de Roland Garros.
– Rafa considera (o saibro) seu território. Eu acho que, mesmo quando ele tiver 95 anos, ninguém vai ser capaz de segurá-lo. Ele é de outro planeta em Roland Garros – elogiou Guga.