Protagonismo dividido e cada vez mais direcionado na Copa do Mundo no Brasil. Por mais que Robben tenha se destacado pela Holanda, que a Colômbia tenha encantado pelo futebol e que Costa Rica seja a grande surpresa, o Mundial começa a tomar um rumo esperado por brasileiros e argentinos: um duelo entre Neymar e Lionel Messi. Com a primeira fase próxima do fim, os craques do Barcelona possuem o mesmo número de gols: quatro. Mas, pelos critérios da Fifa, se a competição terminasse agora, o hermano seria o artilheiro, porque jogou menos minutos do que o ex-Santos. Se o camisa 10 do Brasil foi o destaque da goleada sobre Camarões, segunda-feira, o capitão argentino deu o troco dois dias depois, no 3 a 2 sobre a Nigéria, e deixou sua marca pelo terceiro jogo consecutivo. Comparar o sucesso de um ao do outro é natural, mas Messi se apressa em tirar o foco de marcas individuais.
Na estreia, contra a Bósnia, o baixinho argentino rebateu gritos de Neymar no Maracanã com um golaço segundos depois. Em entrevista coletiva, disse que são companheiros e não há duelo particular. Agora, a competição individual volta ao foco com a briga pela artilharia. Messi, por sua vez, avisa: não está preocupado com o posto de goleador.
– Estou bem e feliz pelo triunfo. Cumprimos o primeiro objetivo, que era passar como primeiro. Isso (de ser artilheiro) é o de menos. O importante é que a seleção mostrou um nível superior ao que vinha demonstrando. É o que buscávamos. Tomara que sigamos crescendo.
Com a classificação das duas seleções para as oitavas de final na liderança de seus grupos, um esperado encontro em campo só poderá acontecer na final do dia 13 de julho, no Maracanã. Antes disso, a Argentina terá a Suíça pela frente, terça-feira, em São Paulo, e Alejandro Sabella terá um Messi com todo o gás para manter os 100% de aproveitamento na Copa. Para isso, o sacou ainda aos 17 do segundo tempo contra os nigerianos. Ao passar na zona mista do Beira-Rio, o craque viu a opção do comandante como natural.
– Sabella decidiu que devia me tirar, me tirou, e não teve problema.
Dos quatro gols de Messi na Copa, apenas um aconteceu dentro da área – o primeiro contra a Nigéria. Também diante dos africanos, o craque acertou bela cobrança de falta. Minutos antes, ele tinha obrigado o goleiro Enyeama a fazer linda defesa em tiro quase do mesmo lugar e que influenciou em sua finalização logo depois.
– Imaginei que o goleiro ia estar esperando chutar no lado dele. Por sorte, foi assim. Quando ele foi reagir, estava tarde. Tomara que eu possa seguir crescendo com todo o conjunto e sigamos dando o melhor.
Continuando o discurso que prega o sucesso coletivo, apesar do indiscutível brilhantismo individual, Messi falou sobre o desempenho da Argentina contra a Nigéria. Apesar de satisfeito com a exibição, apontou que o desempenho pode ser ainda melhor e avisou que não há margem para erro a partir das oitavas de final.
– A seleção deixou outra imagem, jogou melhor. Quem entrou, manteve o nível. O Pocho (Lavezzi) já tinha demonstrado quando entrou no outro jogo (contra o Irã). Ele foi muito bem. A verdade é que o grupo está unido, com muita vontade, e tem melhorado a cada partida. Temos que seguir crescendo. Creio que ainda não chegamos no nível que podemos jogar. A partir de agora, não podemos errar. Se perder, está fora. Tem que estar bem em todos os aspectos.
Por fim, Messi comentou a invasão argentina em Porto Alegre. De acordo com as autoridades, cerca de 100 mil hermanos passaram pela capital gaúcha por conta da partida com a Nigéria.
– A seleção está dando alegria. Sabíamos que ia estar cheio. Por Porto Alegre, se comentou que ia ser uma loucura e pudemos dar a vitória de presente para quem fez tanto sacrifício.
A Argentina volta a Belo Horizonte para treinamentos na Cidade do Galo e encara a Suíça em São Paulo, terça-feira, às 13h (de Brasília), pelas oitavas de final da Copa do Mundo.