O ministro das Relações Exteriores do México, Luis Videgaray, afirmou estar convencido de que seu país pode chegar a “bons acordos” com o governo do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas ressaltou que o México considera inconcebível pagar pela construção do muro prometido pelo líder americano durante sua campanha eleitoral.
Na prática, como será erguido o muro na fronteira de 3 mil km entre EUA e México?
Videgaray afirmou também que com um imposto sobre as importações de produtos mexicanos – como propôs Washington nesta quinta-feira (26/01) – o muro fronteiriço acabará sendo pago pelos consumidores americanos.
“Um imposto às importações de produtos mexicanos por parte dos Estados Unidos não é a forma de fazer com que o México pague pelo muro, mas sim o consumidor americano, que passará a pagar mais por abacates, máquinas de lavar roupa ou televisores”, apontou o ministro mexicano do Exterior.
“Há assuntos que são [inaceitáveis] por uma questão de dignidade, que não têm a ver com as exportações ou com a economia, mas com o coração e o orgulho dos mexicanos”, acrescentou Videgaray, numa coletiva de imprensa na embaixada mexicana em Washington.
Acompanhado pelo ministro da Economia, Ildefonso Guajardo, Videgaray esteve numa visita de dois dias à capital dos EUA para preparar o encontro entre o presidente do México, Enrique Peña Nieto, e seu homólogo americano, que estava previsto para a próxima semana mas foi cancelado na quinta-feira.
Apesar do cancelamento do encontro e da “desilusão” e “estranheza” relativa ao anúncio de Trump sobre a construção do muro na fronteira, Videgaray se mostrou confiante na retomada de reuniões de alto nível com o governo americano nas “próximas semanas”.
“Reiteramos a vontade indeclinável do governo do México de manter uma comunicação estreita e no mais alto nível com o governo dos Estados Unidos. Vamos continuar a negociar e a alcançar bons acordos.”