Que aos 17 anos Talles Magno virou a joia do Vasco o mundo da bola já sabe. No sábado, ele fez belo gol na vitória por 2 a 1 sobre a Chapecoense. O que pouca gente está ciente: o Flamengo chegou a ser uma possibilidade de destino da jovem promessa, segundo fontes ouvidas pelo GloboEsporte.com.
A hipótese chegou aos ouvidos do pai do jogador, mas a família descartou no momento transferência para outro clube brasileiro.
Os rumos da carreira de Talles estão em mutação dentro e fora de campo. A visibilidade, os interesses aumentam. E empresários são substituídos.
O contrato do atacante com seu atual representante, a Lifepro, termina no início de outubro. Além do jogador, a empresa participou das negociações de atletas como Leandro Castan e Bruno César com o Vasco. A boa relação com a diretoria do Vasco tinha como tentáculo a “Turma do Quiosque”, que opinava, sugeria e até fazia o meio-campo para contratações através da Lifepro.
A relação se deteriorou ao fim do Carioca e após a saída de Maxi López, depois de uma sugestão não aceita pela diretoria de aumentar o salário do atacante argentino para cerca de R$ 500 mil/mês.
Qual é a situação de Talles?
É a seguinte: salário de R$ 6 mil. Vencimento considerado normal para um atleta da base, mas não para os padrões de profissionais da Série A, ainda mais aqueles que vivem ótimo momento dentro de campo.
Não houve diálogo para uma reformulação com aumento, já que a diretoria não teria sido procurada pela Lifepro para negociar. E a relação já estava azeda.
Segundo apuração da reportagem, pessoas falando em nome da empresa que representa o atacante procuraram o Flamengo com a informação de que seria possível contratar Talles pagando uma multa rescisória baixa para um jogador tratado como joia. O Rubro-Negro, que não trata do assunto publicamente, viu com bons olhos a possibilidade de contar com o atacante.
O valor da multa
Como a multa rescisória para clubes do Brasil é estipulada proporcionalmente aos rendimentos – no máximo 2 mil vezes o valor do salário -, o Flamengo (ou qualquer outro clube do país) teria que depositar em juízo “apenas” R$ 12 milhões para tirar Talles do Vasco.
O valor para equipes estrangeiras não tem limitação e foi estipulado em 50 milhões de euros (cerca de R$ 226 milhões na cotação atual).
Mas a análise óbvia de mercado indica que o jogador ainda tem etapas a cumprir no Vasco e pode ser vendido para o exterior por valores consideravelmente superiores ao da atual multa para o mercado nacional.
A família do jogador ficou com a pulga atrás da orelha.
Contrato revisto e o “fico” (no momento) no Vasco
Diante do imbróglio entre a Lifepro e a diretoria do Vasco, Talles se aproximou do empresário Carlos Leite, nome com bom trânsito em São Januário, mas que oficialmente só poderá ser agente do jogador a partir do dia 10 de outubro, quando se encerra o vínculo do atacante com a LifePro.
Carlos Leite teria sido procurado por Bruno Lopes, primeiro agente de Talles, com a sugestão de parceria após o fim do contrato com a Lifepro.
Leite e a família farão um novo contrato e investir no crescimento do garoto no clube em que ele foi formado, o Vasco.
E com mudanças em cláusulas e valores. Talles completa 18 anos em junho do ano que vem. Antes disso, ele não pode seguir para o exterior.
Procurado para comentar o caso, Carlos Leite preferiu não falar sobre o assunto.
Tarla Wolski/Futura Press