Em meio ao turbilhão político, o aumento da violência, o número recorde de desempregados, entre tantas outras notícias negativas, só sendo mesmo um super-herói ou uma super-heroína de Hollywood para sobreviver. É por isso que, na onda do atual sucesso de bilheteria dos cinemas brasileiros, diversos cidadãos apelaram para a Mulher-Maravilha com o objetivo de conseguir alguma mudança neste cenário digno de um roteiro de filme de terror.
No meio do calçadão de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, quem ouviu as reclamações da população foi a professora Amanda Mello, de 36 anos, que faz cosplay da amazona. Ela também é a maior colecionadora de itens da personagem no Brasil. Hoje, Amanda tem cerca de 500 objetos, entre HQs, bonecos, chaveiros e estatuetas, todos dedicados à Mulher-Maravilha. No seu corpo, quatro tatuagens dedicadas à musa.
— A heroína virou uma espécie de Papai-Noel (risos). Mas a figura do herói está aqui para dar conselhos, não para resolver os problemas. O povo precisa correr atrás dos seus direitos e cumprir seus deveres — argumentou Amanda.
Entre os diversos pedidos recebidos, Mulher-Maravilha ouviu de tudo:
— Ah! Eu quero um Homem-Maravilha — disparou a vendedora Yasmin Ferreira da Costa, de 18 anos.
Mas se tivesse que selecionar os assuntos mais falados, Amanda Mello certamente escolheria os pedidos de reforma na política brasileira e a diminuição da violência.
— Precisamos de uma segurança melhor. Onde eu moro, não podemos ficar com portão aberto de jeito nenhum — disse Naina Laureano, de 24 anos, moradora do Jardim Redentor, em Belford Roxo.