O Ministério Público pediu à Justiça o arquivamento do inquérito que indiciou Jorge Sestini por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar) pela morte de Caroline Bittencourt. A modelo morreu ao cair de uma lancha durante um vendaval que atingiu o litoral norte de São Paulo no dia 28 de abril.
O documento com o pedido foi assinado pela promotora Janine Rodrigues de Sousa Baldomero. Não há prazo para que a a Justiça decida se vai acatar ou não o pedido do MP. Após citar o relato de testemunhas e o registro policial do caso, a promotoria conclui:
“Diante de todo o relatado, não restou evidente que o acusado teria agido de forma culposa, uma vez que apesar da nota à imprensa da Marinha do Brasil sobre o mau tempo, bem como da mensagem de Lenildo para adiantar o retorno à marina em São Sebastião (o que o investigado teria acatado, eis que a teria partido de Ilhabela por volta das 16h, sendo a previsão de retorno inicial às 18h)”, diz trecho.
O documento segue: “…e o não uso do colete salva-vidas por ele e pela esposa, não há como se afirmar que tais eventos, por si sós, foram determinantes para o desfecho trágico dos fatos, que foi corroborado pela tempestade sem precedentes que atingiu a Ilhabela (com consequências imprevisíveis)”.
Inquérito
No documento que pediu o indiciamento por homicídio culposo, o delegado Vanderlei Pagliarini de Almeida Filho, responsável pela investigação, considerou que Jorge, piloto da embarcação onde estava o casal, agiu de forma imprudente ao atravessar o canal entre São Sebastião e Ilhabela em um veículo não indicado para navegar em condições de tempo ruim. Ventos de mais de 100 km/h atingiram o mar no dia do afogamento da modelo.
A investigação apontou também, com base em relatos e provas oferecidas por uma testemunha, que Jorge sabia da possibilidade de mau tempo. Em depoimento, Leonildo de Oliveira, proprietário da marina de onde saiu a lancha do casal, afirmou à polícia e entregou áudios em que comprovava que avisou Jorge sobre as condições climáticas.