Após quase oito horas de resgate, morre o maquinista que estava preso às ferragens dos trens da SuperVia que colidiram em São Cristóvão, na manhã desta quarta-feira. Mais de 30 bombeiros de três quartéis trabalharam para retirar Rodrigo Assumpção dos ferros retorcidos da colisão.
Depois de retirado do vagão, a vítima teve uma parada cardíaca e começou a ser reanimada ainda no local, passando por uma massagem cardíaca, no entanto, ele não resistiu.
As equipes montaram um esquema para retirar Rodrigo pelos trilhos, suspendendo inclusive a circulação dos trens que passavam, mas o socorro foi interrompido após ele sofrer a parada cardíaca. Os militares se revezam na tentativa de manter vivo o maquinista e as manobras de reanimação duraram 30 minutos.No início do socorro, uma das primeiras medidas adotadas ao maquinista foi colocar uma balão de oxigênio para que ele conseguisse respirar naquela situação. A vítima, que ficou presa por 7h44 nas ferragens, estava acordada e conversava com os militares durante o resgate. Os bombeiro usaram, a todo o momento, um maçarico para cortar os ferros.
Mesmo após horas de trabalho, uma peça bem pesada ainda permanecia sobre o corpo do maquinista, o que aumentava o cuidado dos militares. Os bombeiros tiveram dificuldade para retirar a estrutura de cima dele. A prioridade era cortar o objeto e liberar o espaço para seu salvamento.
Outras oito pessoas ficaram feridas, sete delas foram socorridas no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro: Luiz Thiago Mendes Machado, 31 anos; Isabel C. de Paula, 44 anos; Sandro Ricardo Moreira, 43 anos; João P. Corrêa, 62 anos; Ângela F. Viana, 57 anos; Cesário Batista S. Cardoso, 52 anos; Fabio L. Abreu, 50 anos. De acordo com a Secretária Municipal de Saúde (SMS), todos os pacientes já foram liberados.
Ainda segundo a SMS, uma outra vítima, identificada como Luciana do J. Leal, 42 anos , foi levada para o Hospital Salgado Filho, no Méier, Zona Norte. No entanto, a mulher deixou a unidade de saúde por vontade própria.
Galeria: veja imagens do grave acidente
A diarista Andréia Mathias, de 43 anos, estava no último vagão do trem que bateu, e chegou a cair no chão por causa da colisão. “Muita gente se assustou com o barulho e a gente começou um ajudar o outro. Eu só cai. Graças a Deus foi um grande livramento”, relembra ela, que embarcou na Central e iria soltar em São Cristóvão, dizendo que o trem não estava cheio.
Controladores teriam autorizado trem seguir viagem
Os sinais das linhas da SuperVia entre as estações Central do Brasil e São Cristóvão estariam verdes momentos antes da colisão entre dois trens, na manhã desta quarta-feira. Isso indica que o maquinista que bateu na outra composição teve a permissão dos controladores de tráfego para seguir viagem, até que aconteceu o acidente. As informações são de funcionários da concessionária, que não quiseram se identificar.