A sina que persegue o futebol mexicano mundialmente não se limita à seleção. Assim como ela, os clubes não conseguem dar o passo que falta para mudar de patamar. Apesar de todas as cifras milionárias que envolvem o esporte no país, as equipes nunca conseguiram chegar a uma decisão do torneio da Fifa. Os melhores desempenhos até hoje foram o terceiro lugar do Pachuca, há dois anos, e do Monterrey, em 2012. Este último é quem tentará virar o jogo no Qatar.
A Liga MX, como é chamado o principal torneio nacional do México, é de causar inveja a qualquer brasileiro em muitos pontos: salários que não atrasam graças a um fundo gerido pela federação, calendário que acompanha as datas Fifa, jogos transmitidos nos Estados Unidos e a presença de jogadores europeus. Um dos exemplos mais emblemáticos é o do atacante francês Gignac, do Tigres. Quem deixou o Velho Continente para jogar no Monterrey foi o holandês Vincent Jansen, ex-Tottenham.
Como os times não são associações esportivas, mas sim franquias, seus donos os administram como se fossem empresas. Segundo o jornal britânico The Guardian, de 2013 até o ano passado, os mexicanos investiram R$ 1,5 bilhão em contratações. O Monterrey é, hoje, o dono do elenco mais valioso: 84 milhões de euros (R$ 387,7 milhões). Nove atletas do atual campeão da Comcacaf jogam por seleções sul-americanas. A riqueza do clube, aliás, não se resume ao plantel. Inaugurado em 2015, o BBVA Bancomer é o estádio mais luxuoso do país.
Com todo este poderio financeiro, não há como ignorar o Monterrey enquanto zebra em potencial. Mas o histórico pesa contra. Esta será sua quarta participação. Tirando o 3º lugar de 2012, não passou sequer das quartas de final em 2011 e em 2013. Em seu retorno à competição seis anos depois, vai enfrentar o vencedor do duelo entre Al-Sadd, do Qatar, e Hienghène Sport, de Nova Caledônia. Se chegar às semifinais, terá o poderoso Liverpool pela frente.