Milhares de pessoas reivindicaram, esta quarta-feira, o sufrágio universal em Hong Kong, na tradicional manifestação para assinalar o aniversário da transição para a China, que este ano registou uma adesão bastante mneor que no ano passado.
De acordo com agências internacionais e a imprensa de Hong Kong, a Frente Civil para os Direitos Humanos, que organiza a marcha anual do 1 de julho, data da transferência da soberania de Hong Kong do Reino Unido para a China, tinha prevista a participação de 100 mil pessoas na manifestação que este ano decorreu sob o lema “construir a democracia, recuperar o futuro”.
Os números da participação na marcha não eram conhecidos até às 19 horas locais (12 horas em Portugal continental), mas de acordo com a Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK), a multidão nas ruas este ano era visivelmente menor comparando com as 510 mil pessoas estimadas no ano passado.
“O mais importante é expressar a desaprovação (ao Governo) de Hong Kong e ao Governo comunista (Pequim) por suprimir as liberdades do povo chinês e exigir verdadeiras eleições para a população de Hong Kong”, disse à AFP o manifestante Wong Man-ying, 61 anos.
Sete meses após o fim da ocupação das ruas iniciada pelo movimento pró-democracia “Occupy”, era esperada uma menor adesão à manifestação, que desde 2003 percorre o trajeto entre o Parque Vitória e a sede do Governo, na cidade politicamente dividida, com ativistas a admitirem que o cansaço se instalou.
“Todos esperam uma menor participação do que no ano passado, o movimento popular não é o mesmo”, reconheceu Johnson Yeung, da Frente Civil para os Direitos Humanos.
A marcha decorreu duas semanas após o chumbo no Conselho Legislativo (LegCo) do plano de reforma política proposto pelo Governo da Região Administrativa Especial chinesa e apoiado pelas autoridades de Pequim.