Os mexicanos começaram a votar neste domingo em um referendo promovido pelo presidente Andres Manuel Lopez Obrador para definir se cinco ex-mandatários do país devem ou não ser investigados, em meio a críticas de que a medida é uma manobra política e que o comparecimento às urnas pode ser baixo.
Lopez Obrador classificou as administrações anteriores como profundamente corruptas e fez do combate à corrupção sua principal prioridade. Mas seus críticos dizem que ele quer utilizar o pleito para energizar sua base e que é improvável que reúna votos suficientes para ser válido.
Pelo menos 40% dos eleitores mexicanos registrados, ou cerca de 37 milhões de pessoas, precisarão votar para que os resultados sejam vinculativos. Analistas duvidam que o comparecimento, que foi de pouco mais de 50% nas eleições de junho, seja suficiente.
Lopez Obrador culpou os ex-chefes de Estado – Carlos Salinas, Ernesto Zedillo, Vicente Fox, Felipe Calderon e Enrique Peña Nieto, cujos governos aconteceram de 1988 a 2018 – por agravar muitas das mazelas do México, desde a pobreza à insegurança.
Alguns eleitores elogiaram o esforço de promover engajamento da população, mas duvidaram que mesmo o resultado de “sim” acarretará em punição por erros cometidos no passado.
“É uma forma de expressar minha raiva contra os presidentes que saquearam o país, mas duvido que sejam realmente processados”, disse José Cortes, de 40 anos, antes de votar no estado de Tlaxcala.
Apesar das críticas generalizadas entre os mexicanos sobre como cada presidente dirigiu o país, as pesquisas mostram que o referendo gerou pouco interesse nacional e espera-se que a maioria das pessoas que votam apoie a proposta do presidente esquerdista.
Presidente do México, Andres Manuel Lopez Obrador