Os ventos são impiedosos! Vamos sobreviver com a graça de Deus!”. Foi assim que o primeiro-ministro da pequena ilha caribenha de Dominica, Roosevelt Skerrit, descreveu a chegada do furacão Maria, que chegou a atingir categoria 5, a mais alta na escala Saffir-Simpson, que mede os furacões pela intensidade dos ventos e seu potencial de destruição.
Maria é o segundo furacão de grandes proporções a passar pelo Caribe neste mês. Ele segue trajeto semelhante ao do furacão Irma, que devastou países caribenhos e causou destruição em áreas da Flórida. Pelo menos 60 pessoas morreram.
A fúria do furacão Maria e os ventos de 260 km/h que atingiram Dominica foram descritos pelo premiê Skerrit em uma série de postagens no Facebook. “Não sabemos o que está acontecendo do lado de fora. Não ousamos olhar lá fora. Tudo o que estamos ouvindo é o som da fúria do vento. E oramos para que termine.”
O furacão Maria foi rebaixado para categoria 4 após deixar Dominica, mas voltou a ganhar força e foi elevado novamente à categoria 5. Ele deve passar ainda pelas ilhas caribenhas de São Cristóvão e Névis, Monserrat (território britânico), as Ilhas Virgens dos Estados Unidos, as Ilhas Virgens Britânicas e Porto Rico.
A expectativa é de que o furacão atinja Porto Rico nesta terça-feira. A apreensão na região é grande porque grande parte das áreas que aguardam a chegada do furacão Maria ainda se recupera dos estragos causados pelo furacão Irma.
Pelo Facebook, o primeiro-ministro de Dominica – que é um país independente – descreveu os primeiros impactos do novo furacão. “Certamente nada de sono para qualquer um em Dominica. Eu acho que minha residência sofreu danos.” Poucos instantes depois, ele relatou uma situação dramática: “Meu teto se foi. Estou completamente a mercê do furacão. Minha casa está inundando”, disse.
Skerrit precisou de ajuda para deixar a residência oficial. “Fui resgatado”, postou. Mais tarde, o premiê descreveu, também no Facebook, um cenário de ampla devastação, explicando que os ventos arrancaram os telhados das casas de “quase todas as pessoas” com quem falou.
Ele disse que seu “maior temor” era receber notícias de feridos e mortos em decorrência de desabamentos causados pelas chuvas.
Skerrit afirmou ainda que seu foco era resgatar quem estivesse em dificuldade e garantir assistência aos feridos. “Vamos precisar de ajuda, meu amigo, de ajuda de todo o tipo”, acrescentou.
“Os primeiros relatos são de ampla devastação. Até o momento perdemos tudo o que dinheiro pode comprar. Meu maior temor agora é acordar com a notícia de feridos e mortos em decorrência dos desabamentos causados pelas persistentes chuvas de verão”, escreveu Skerrit em uma postagem mais longa após a passagem do furacão Maria.
O post dele continua: “Até agora os ventos levaram os telhados de quase todas as casas das pessoas com as quais falei ou entrei em contato de outras maneiras. O telhado da minha própria residência oficial foi um dos primeiros a ser levado e houve uma avalanche de telhados destruídos na cidade e no campo”.
“Quando amanhecer, vamos pegar a estrada em busca de feridos. Eu honestamente não estou preocupado com danos materiais neste momento, porque é devastador. Meu foco agora é resgatar quem estiver preso e garantir assistência médica aos feridos. Vamos precisar de ajuda, meus amigos, de todo tipo de ajuda”, complementou.