A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, afirmou que dará continuidade à atual política de conteúdo local na indústria, vigente em setores como o de exploração petrolífera e naval, numa resposta a declarações da presidente Dilma Rousseff (PT) que tem criticado o tratamento dado ao tema pelo programa de governo da adversária.
“O conteúdo é um conquista que favorece as indústrias brasileiras… é fundamental que permaneça porque ela é estratégica para que se tenha uma melhor qualidade no desempenho das empresas, as empresas precisam para a geração de emprego, para o desenvolvimento tecnológico”, disse Marina nesta quinta-feira a jornalistas.
Dilma, que tenta a reeleição, tem repetido estar “muito preocupada” com a abordagem do tema no programa de governo de Marina, sugerindo que ela é “contra a política de conteúdo local” e que isso causaria desemprego.
O programa de Marina diz ser preciso revisar todos os casos de proteção à indústria nacional, incluindo a aplicação do conteúdo local. O texto diz que existem reclamações e a política de conteúdo local pode prejudicar em lugar de ajudar o setor que deveria ser seu beneficiário.
Nesta quinta-feira, ao ser questionada sobre isso, Marina disse que o texto do programa de governo faria referência apenas a uma “curva de aprendizagem”, visando “aperfeiçoar” a política.
Durante a entrevista realizada na sede do Clube de Engenharia, no Rio de Janeiro, Marina afirmou ainda que, caso vença as eleições, o programa nuclear brasileiro não seria ampliado, dizendo que iria apenas “manter os empreendimentos que já estão em curso, como Angra 3”.
DESMATAMENTO E PRÉ-SAL
Ministra do Meio Ambiente entre 2003 e 2008, Marina aproveitou a entrevista coletiva para criticar o aumento no desmatamento da Amazônia no atual governo por “incompetência, ineficiência e falta de compromisso” no cumprimento dos planos de combate deixados durante sua gestão como ministra