Com a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff encerrada, e o seu afastamento confirmado, manifestantes pró-impeachment que acompanhavam os votos em telões instalados em pontos estratégicos de capitais como o Rio, São Paulo, Recife e Distrito Federal, comemoram. Na orla de Recife, soltaram fogos de artifício. Em Copacabana, seguiram em direção à frente do Hotel Pestana, onde ocorrerá a celebração pela continuidade do processo de impeachment. Após a decisão na Câmara dos Deputados, manifestantes queimaram um boneco de Dilma com roupa de presidiária durante a festa. Para a engenheira Elisa Toledo, manifestante pró-impeachment em Copacabana, a aprovação do processo na Câmara é o “primeiro passo”.
— Queremos emprego, casa, educação. Enxergamos o primeiro degrau de uma escada. É um passo de cada vez. Vamos lutar pelo Brasil.
Em Brasília, do lado de fora do Congresso, manifestantes também comemoraram com pulos e aplausos.Em São Paulo, manifestantes favoráveis à saída da petista que lotaram a Avenida Paulista, no Centro de São Paulo, para acompanhar a votação, comemoraram muito, com gritos de “sou brasileiro com muito orgulho”. Eles se abraçavam e cantavam o hino nacional. Uma grande bandeira foi estendida na via, com a palavra Impeachment, ao mesmo tempo em que o carro de som do movimento Vem pra Rua colocou músicas de variados artistas como Bruno Mars e Coldplay.
Em Salvador, após decisão da Câmara manifestantes a favor do impeachment voltaram às ruas do Jardim de Alah, orla da capital bahiana, para comemorar o afastamento da presidente Dilma. Muitas pessoas que passam pelo local fazem “buzinaço”.
Por outro lado, manifestantes contra o impeachment lamentam a derrota. Em SP, telões exibiram mensagens de luto e luta. Na Lapa, Rio, gritam “não vai ter golpe, vai ter luta”. No instante anterior ao voto derradeiro que garantiria a continuidade do processo de impeachment, o telão que exibia a votação na Câmara dos Deputados foi desligado. Os discursos dos parlamentares foram substituídos por gritos de “Não vai ter golpe, vai ter luta”, e integrantes da Frente Brasil Popular discursaram brevemente no palco.
— Queremos, antes de mais nada, refugar qualquer derrotismo – afirmou Roberto Amaral, ex-presidente do PSB, acrescentando que “a derrota da batalha parlamentar pode virar uma vitória política”.
Os discursos foram seguidos da retomada do samba que embalou o início do ato, com “Apesar de você”, de Chico Buarque.
Os votos contrários ao impeachment foram alvos de reações hostis na orla de Copacabana. Chico Alencar e Benedita da Silva foram alguns dos mais vaiados. Já Eduardo Cunha, que votou “sim”, foi aplaudido pelos manifestantes. O clima de “já ganhou” levou muitos manifestantes a deixarem a orla mais cedo.
Confira imagens dos manifestantes acompanhando a votação pelo país.
Centenas de manifestantes reunidos em ato nos Arcos da Lapa, no Rio, contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, acompanharam com apreensão a votaçao na Camara dos Deputados na noite deste domingo. Eles alternaram aplausos e vaias ao ouvirem os votos de “não” e “sim” dos parlamentares. Os discursos do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e do deputado Jair Bolsonaro foram ouvidos aos gritos de “fora”.
— Essa situação de hoje representa um retrocesso, e o fato de um presidente da Câmara que tem várias questõescontra ele abrir a sessão mostra isso — disse a fotógrafa Larissa França, de 29 anos.
— O principal motivo de eu estar aqui é eu querer tornar o meu voto legítimo. Vim lutar a favor da democracia. Embora eu tenha minhas divergências com a presidente, ela foi eleita democraticamente e precisa chegar ao fim do seu mandato.
Em SP, por volta das 20h, dado o placar do impeachment, centenas de manifestantes começaram a deixar o Vale do Anhangabaú, na região central de São Paulo. O clima entre os manifestantes contrários ao impeachment já era de derrota. Mesmo assim, votos pró-governo ainda eram comemorados. O clima entre os manifestantes é de tristeza. Dirigentes do PT paulista assistem à votação em um aparelho de TV instalado atrás do palco à votação. Alguns acompanham em tabelas projeções da votação e já assumem a derrota.