O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em evento em São Paulo (SP) neste sábado, 16, assinou o contrato de início das obras de empreendimento do Minha Casa Minha, Minha Vida (MCMV), na zona leste da cidade. Ao lado de Lula, estava o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e o deputado federal Guilheme Boulos (Psol-SP).
O deputado é pré-candidato à prefeitura de São Paulo e disse, durante o evento, que o presidente Lula tem conversado mais para escolher qual representante do Partido dos Trabalhadores (PT) será candidato a vice-prefeito de São Paulo. Segundo Boulos, ainda não há nenhum acordo fechado com Marta Suplicy, ex-prefeita da cidade que saiu da legenda em 2015.
“Marta Suplicy foi uma grande prefeita, deixou marcas como os Centros Educacionais Unificados (CEUs), Bilhete Único e corredores de ônibus. Mas essa definição de vice está sendo conversada ainda.”
compromisso de Lula em São Paulo hoje foi visto como um pontapé inicial na campanha de Boulos para a eleição do ano que vem. Embora o presidente não tenha feito menções explícitas de apoio ao deputado, ele garantiu que voltará à capital paulista para lançar obras de um campus da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) na zona leste e mais dois institutos federais de educação.
Boulos foi elogiado nas falas de Haddad e Jader Filho, ministro das Cidades. O último é o responsável pela gestão do programa MCMV. O empreendimento lançado neste sábado já tinha alvará de obra desde 2019, segundo Boulos, mas ficou parado no governo de Jair Bolsonaro. “Desde o início do ano tratamos isso com o presidente Lula. Precisávamos fazer reajustes em contratos, atualizar preços dos materiais e agora conseguimos contratar estas moradias”, disse.
Padilha comenta sobre possível candidatura de Marta Suplicy
O ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), também estava presente no evento e afirmou, em um aceno pelo retorno de Marta Suplicy aos quadros do PT, que a atual secretária de Relações Institucionais do governo de Ricardo Nunes (MDB) “tem grande experiência por ter sido prefeita da capital” e será importante para o debate dos rumos da cidade nas eleições do ano que vem.
Padilha disse ainda que a população têm saudades de Marta na Prefeitura de São Paulo. Ela foi eleita pelo PT em 2000 ao derrotar no segundo turno Paulo Maluf (à época no PPB). O confronto terminou com 58,51% dos votos para a então petista e 41,49% para o adversário. “Quando você anda pela periferia de São Paulo, você ouve saudades da Marta”, afirmou o ministro, durante cerimônia de entrega de unidades.
Marta deixou o PT em 2015, pouco meses antes do impeachment da então presidente Dilma Rousseff, e filiou-se ao MDB. Na votação decisiva que retirou Dilma da Presidência da República, Marta, então senadora, votou a favor do processo. Posteriormente, ela seguiu no cargo até fevereiro de 2019. Em 2021, tornou-se secretária do governo Ricardo Nunes.
Nunes é apontado, até o momento, como principal concorrente de Boulos na corrida pela Prefeitura de São Paulo. Em 2020, o psolista foi derrotado no segundo turno por Bruno Covas (PSDB). Com a morte do então prefeito, Nunes assumiu a vaga em maio de 2021.
Mesmo que Marta Suplicy esteja com encontro marcado para conversar com Lula, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, duvida que sua secretária de Relações Internacionais aceite o pedido. “Confio na fidelidade da Marta”, disse anteriormente.
“A Marta está no governo desde o início, são três anos que trabalhamos juntos, não creio que aceite”, afirmou o prefeito ao Broadcast Político/Estadão. Para Nunes, a permanência de Marta dentro da sua gestão é uma questão de coerência “e da nossa excelente relação profissional”.