O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva almoçará nesta quarta-feira (23) com a presidente Dilma Rousseff para fechar os detalhes da reforma administrativa que o governo federal pretende anunciar nesta semana.
O encontro será realizado no Palácio da Alvorada e a ideia é de que seja uma reunião privada com presença apenas dos dois petistas. O cardápio do almoço é a nova configuração da Esplanada dos Ministérios.
Mais cedo, a presidente se reuniu na residência oficial com o vice-presidente Michel Temer e com os líderes do PMDB no Congresso Nacional.
No novo desenho ministerial, o Palácio do Planalto não tem conseguido chegar a um acordo com o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL).
A presidente ofereceu ao peemedebista a indicação do comando do Desenvolvimento, pasta atualmente controlada pelo ministro Armando Monteiro (PTB), mas o senador tem reivindicado a Integração Nacional.
Com dificuldades na Câmara dos Deputados, o governo federal aceitou analisar nomes indicados pelo PMDB da casa legislativa para Saúde e Infraestrutura, pasta que deve ser criada da fusão entre Portos e a Aviação Civil.
Os nomes que serão oferecidos para a Saúde são Manuel Júnior (PB), aliado do presidente da Câmara dos Deputados, e Marcelo Castro (PI), próximo ao vice-presidente Michel Temer.
Para a Infraestrutura, o partido indicará os deputados federais Sérgio Souza (PR), José Priante (PA) e Celso Pansera (RJ).
No desenho inicial de assessores presidenciais, a ideia era oferecer a Saúde ao PMDB do Rio de Janeiro. O governador Luiz Fernando Pezão chegou a se reunir com a petista nesta segunda-feira (21), mas não houve avanço na negociação.
A tendência é de que a presidente mantenha nas atuais pastas os ministros peemedebistas Eduardo Braga (Minas e Energia) e Kátia Abreu (Agricultura).
Com a demora na definição, a presidente tem cogitado adiar para sexta-feira (25) sua viagem para Nova York.
Em jantar com a bancada federal do PCdoB, na segunda-feira (21), ela chegou a lamentar a possibilidade de não assistir ao discurso do papa Francisco na sede da ONU (Organização das Nações Unidas), marcado para sexta-feira (25).
Desde o início da semana, tanto o PMDB quanto o PT têm sugerido à petista que deixe a reforma ministerial para semana que vem, para evitar um novo desgaste no momento em que o governo federal enfrenta dificuldades no Congresso Nacional.
Para assessores e auxiliares da petista, é pouco provável que ela consiga anunciar até sexta uma reforma administrativa completa.
Eles acreditam que ela deve definir a divisão dos ministérios por partidos.