A viagem de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para Sharm el-Sheikh, no Egito, para participar da 27ª Conferência do Clima das Nações Unidas, poderá definir o futuro político de Fernando Haddad (PT) em seu governo. A ida à COP27 será a primeira oportunidade de os políticos conversarem a sós desde o segundo turno das eleições. Apesar das incertezas sobre seu papel na próxima gestão, Haddad é um dos cotados para assumir o Ministério da Fazenda, que deve ser recriado.
O convite para o ex-ministro integrar a comitiva que acompanhará Lula na viagem ao Egito e, depois, a Portugal foi feito pelo presidente eleito no início desta semana. Haddad viajará no mesmo avião que Lula e a socióloga e futura primeira-dama Rosângela Silva, a Janja. As ex-ministras Marina Silva e Izabella Teixeira, parlamentares e governadores aliados de Lula também estarão na conferência acompanhando Lula.
O nome de Haddad para o Ministério da Fazenda, que deve ser recriado a partir de janeiro, passou a ser endossado internamente com mais vigor nos últimos dias por lideranças do PT. Parlamentares envolvidos com o processo de transição disseram à CNN, em caráter reservado, que a proximidade do ex-ministro com Lula pode ser um fator determinante para a escolha.
O nome de Haddad também vem sendo ventilado nas últimas semanas, com mais ou menos força, para outras pastas, como Planejamento, Infraestrutura e Relações Exteriores.
A viagem para o Egito é vista como uma oportunidade para que Lula e Haddad tenham momentos mais reservados para conversar. O trajeto para o Egito é a primeira delas. Tanto Lula como Haddad não têm o costume de dormir durante viagens de avião – o que permite que despachem e façam reuniões em voos. Os dois não tiveram tempo de se falar de maneira mais demorada desde o dia 30 de outubro, quando Lula venceu Jair Bolsonaro (PL) e Haddad foi derrotado por Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) para o governo do Estado de São Paulo.