A Justiça condenou uma fabricante de armas a pagar uma indenização de R$ 40 mil para um policial militar baleado por um tiro acidental em Taubaté (SP). De acordo com o policial, a pistola estava no coldre – estojo usado para guardar a arma – no cinturão dele, quando ela disparou sozinha. O tiro acertou a coxa dele. A Taurus, fabricante da arma, considera que a decisão foi baseada em presunções e vai recorrer. (leia mais abaixo)
Na ação, cujo despacho foi publicado na última terça-feira (9), o PM contou que tem porte de arma por ser policial militar e que participava de um evento em março de 2015 quando a arma, uma pistola modelo 40, disparou sem ser acionada por ação humana.
O tiro provocou uma lesão permanente em parte da perna, além de cicatrizes. No texto, a juíza Marcia Rezende Barbosa de Oliveira, da 3ª Vara Cível de Taubaté, disse que alguns elementos dos autos favoreceram que o episódio foi uma falha do equipamento.
Entre as justificativas da decisão, estava que à época do ocorrido, o policial tinha em seu currículo sete anos de atuação no exército e três anos na Polícia Militar. Duas testemunhas ainda confirmaram que viram o policial logo após o disparo e que a arma ainda estava presa no cinturão.
“Não seria razoável que o autor, experiente policial, não ativasse o sistema de segurança da arma, como afirmou que sempre fazia. Também, o que se confirmou pela prova oral é que a arma disparou estando dentro do coldre, circunstância que torna menos provável o manuseio da arma pelo autor na ocasião, como causa do disparo”, disse a juíza em trecho da decisão.
A juíza também citou reportagens que retratam situações semelhantes a do processo. Na decisão ficou determinado que a Taurus indenize o policial em R$ 25 mil por dano moral e mais R$ 15 mil por dano estético, por causa da lesão provocada na perna dele.
Foto: Reprodução/ Youtube Taurus