A Justiça concedeu um habeas corpus e determinou a liberdade para a professora Eliana Freitas Areco Barreto, que ficou três anos presa acusada de mandar matar o marido, o diretor comercial Luiz Eduardo de Almeida Barreto, na região da Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, na Zona Sul de São Paulo, em 2015. Eliana teria contado com a ajuda do amante, o inspetor de segurança Marcos Fabio Zetunsian, que contratou um pistoleiro para matar o marido dela.
A professora estava presa desde a época do crime aguardando julgamento. A defesa dela entrou com vários pedidos de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça, que por sua vez, remeteu ao Supremo Tribunal Federal.O ministro Marco Aurélio Mello decidiu conceder liminar no início da julho dando a Eliana o direito de responder em liberdade e de permanecer em sua cidade (Guaratinguetá, no Vale do Paraíba) e comparecer à Justiça sempre que requisitada. A decisão não se estende ao amante.
De acordo com a acusação do Ministério Público (MP), o pistoleiro Eliezer Aragão foi contratado pelo inspetor Marcos, que pagou o criminoso com o dinheiro da professora Eliana. O pistoleiro foi preso.
Em janeiro de 2016, a Justiça desmembrou os processos dos supostos mandantes e do acusado de atirar na vítima. O atirador Eliezer foi julgado em maio de 2017 e condenado a 26 anos de prisão.
Eliezer era um ex-detento que havia sido solto da prisão por liberdade condicional após ter cumprido 17 anos de prisão por latrocínio (roubo seguido de morte).
De acordo com a denúncia, os mandantes do crime queriam a morte de Luiz para ficarem com o dinheiro do seguro de vida dele, cerca de R$ 500 mil. Eliana usaria o valor para abrir uma sorveteria com Marcos num shopping em Guaratinguetá, interior paulista. Os dois planejavam viver juntos na cidade.De acordo com a acusação, Marcos teria convencido Eliezer a assassinar Luiz depois de mentir para o atirador, dizendo que o diretor comercial havia estuprado a filha de 7 anos do inspetor.
A câmera de segurança de uma padaria gravou o assassinato cometido na Rua James Watt, uma travessa da Berrini, no dia 1º de junho de 2015. Para matar Luiz, Eliezer simulou um assalto. O empresário estava com um amigo.
O pistoleiro roubou pertences dos dois e liberou apenas o colega do executivo, mantendo Luiz na rua. Eliezer, então, usou um revólver calibre 38 para dar três tiros na barriga da vítima e fugiu. Mas acabou sendo preso policiais militares quando tentava entrar na Estação Berrini da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM)