A polícia italiana desmascarou esta semana um homem que se fingia de príncipe de Montenegro para ganhar ingressos VIP e outros benefícios com o título de nobreza. Bastou só um perfil em redes sociais, um site falso na internet e documentos falsificados para que o italiano de Turim, de 57 anos, se passasse por príncipe Stefan Cernetic, da família real de Montenegro e Macedônia. Montenegro não tem família real desde 1918.
A encenação muito bem sucedida fez o homem conseguir convites para diversos eventos, encontros com prefeitos de toda a Europa e também com personalidades do mundo do entretenimento. O italiano tinha até um fiel companheiro, de 63 anos, que se passava por embaixador macedônio na Itália. Os dois foram denunciados por falsa declaração de identidade, assim como posse e fabricação de documentos falsos.
Até Pamela Anderson acreditou na história do homem. A atriz, em 2015, se ajoelhou diante da espada de Cernetic e dirigiu-se a ele como “Sua Alteza”, quando recebeu o título de condessa pelo monarca autodeclarado. Prefeitos, autoridades católicas e outras personalidades foram vistas com o falso príncipe, antes de sua máscara cair.
A investigação começou em agosto de 2016, quando um hotel de luxo onde o italiano se hospedou por uma semana enviou a conta para a embaixada da Macedônia na Itália, segundo instruções do príncipe falso. Então, a farsa foi descoberta. A polícia da Itália enviou a todas as forças de segurança a foto de Cervetic e seu companheiro embaixador.
Durante a investigação, foi descoberto o roubo de carimbos, adesivos diplomáticos, atestados e diplomas. Cervetic é um artista profissional, que já havia se passado por outras pessoas em outras vezes. Em setembro de 2013, ele se fingiu de jornalista e editor de uma revista para ir a um restaurante e pedir comida grátis em troca de uma resenha, usando um cartão falsificado. Quando tentou novamente, foi denunciado pelo dono do local.
— O príncipe Stefan Cernetic não é uma fraude, nem mentiroso, nem um falsificador, mas é um príncipe por dinastia — declarou a advogada Francesca Occhiuzzi