A imprensa estrangeira que vai cobrir a Copa já está no Brasil e marcou presença no Itaquerão neste domingo falando de tudo, menos de futebol. As perguntas direcionadas para os responsáveos pela organização do Mundial demonstram a desconfiança existente em relação aos preparativos para o torneio. Também chamou a atenção a falta do clima de Copa entre a população brasileira.
Diferente do que ocorreu na inauguração do estádio, contra o Figueirense, a coletiva com os organizadores do Mundial contou com integrantes de jornais e televisões estrangeiros. O repórter alemão não fez rodeios e perguntou quais eram o motivos para tamanho atraso. Emendou que era visível que faltava terminar muita coisa no estádio que vai sediar a abertura do evento daqui 10 dias. O argumento faz sentido porque durante o jogo Corinthians e Botafogo havia operários trabalhando.
Antes fora um repórter espanhol que deu vazão a outra preocupação da mídia gringa. Ele queria saber se as arquibancadas móveis do setor norte são seguras. A desconfiança existe porque em nenhum dos dois eventos teste o local foi ocupado pela torcida. Além disso, aquele espaço não recebeu alvará de funcionamento por parte dos bombeiros. A vistoria está marcada para quarta-feira.
A imprensa japonesa foi a última a se manifestar e questionou o que pode ser melhorado até a abertura da Copa. A equipe de TV presente na coletiva queria saber se é possível aperfeiçoar os serviços de internet, camarotes e o visual do estádio que tem as estruturas móveis aparecendo.
A todos as perguntas a resposta dos representantes da prefeitura, governo do estado de São Paulo e Comitê Organizador Local foi de que tudo estará pronto a tempo do Mundial.
Os problemas com a organização já eram conhecidos pelos repórteres de outros países, mas a falta de empolgação com o Mundial chamou a atenção do japonês Shunichi Seki, que trabalha no jornal “Yomiuri Shimbun” e chegou ao Brasil segunda-feira da semana passada (26?05).
Ele disse que primeiro contato com “clima de Copa” aconteceu somente neste domingo, no Itaquerão, onde esteve para relatar o jogo entre Corinthians e Botafogo. “Da [avenida] Paulista até o Itaquerão ele não viu nenhuma bandeira ou rua pintada. Ele não sentiu nada que mostrasse o clima da Copa do Mundo”, relatou o tradutor de Seki.
A sensação sobre São Paulo foi reforçada pelo que Seki viu no entorno do Itaquerão. “O estádio é muito bonito, mas não tem nada em volta. Não tem um clima de festa”, avaliou Seki, que foi de metrô até a arena.