O ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social Edinho Silva divulgou uma nota no início da manhã desta quinta-feira (12) na qual afirmou que a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff pelo Senado deixa a democracia do país “enfraquecida”. Edinho Silva é um dos ministros do governo Dilma cuja exoneração foi publicada na edição desta quinta-feira do “Diário Oficial”.
Por 55 votos a 22, o plenário do Senado deu início ao processo de afastamento da presidente, que deverá ser notificada ainda na manhã desta quinta. Com a decisão da Casa, a petista será afastada por cargo por até 180 dias e, neste período, Temer comandará o Palácio do Planalto.
“A admissão deste processo ilegal de impeachment da presidenta Dilma Rousseff pelo Senado, na manhã desta quinta-feira, é um inaceitável desrespeito à Constituição e à vontade do povo brasileiro. As regras do jogo democrático estão sendo desrespeitadas e o voto popular, ignorado. Lamentavelmente, o Brasil amanhece hoje um país cuja democracia está enfraquecida. Este desvirtuamento dos procedimentos pelas próprias instituições brasileiras tem um só nome: golpe irreparável contra a ordem democrática”, afirmou Edinho Silva na nota, divulgada em seu blog nesta quinta.
A sessão do Senado para analisar o pedido de impeachment começou na manhã desta quarta (11). Ao longo de todo o dia, e também durante a madrugada, dezenas de senadores discursaram e apresentaram seus posicionamentos sobre o processo de afastamento da petista.
Com o resultado da sessão, a presidente Dilma deverá ser notificada ainda na manhã desta quinta sobre a decisão do Senado de dar início ao impeachment. Em seguida, a petista fará um pronunciamento à imprensa e seguirá para o Palácio da Alvorada, residência oficial. Para o período da tarde, é aguardado um outro pronunciamento, de Michel Temer, no qual ele anunciará a nova equipe do governo.
Na nota divulgada na manhã desta quinta, Edinho Silva declarou que deixa o cargo de ministro da Comunicação Social “convicto” de que cumpriu seu dever com “dedicação e lisura”. O petista ainda acrescentou que o afastamento de Dilma não significa, “de maneira nenhuma”, resignação.
Segundo o ex-ministro, é preciso continuar trabalhando para que “essa imensa injustiça cometida seja revertida”. Na nota, Edinho disse também que Dilma acredita nas causas pelas quais lutou “toda a vida” e irá “até o fim” na busca por justiça e na defesa da democracia.
“Sem dúvida, neste percurso, terá ao seu lado uma verdadeira legião de militantes, apoiadores e simpatizantes engajados na causa democrática”, afirmou o ex-ministro.
“Integrei um governo comandado por uma mulher honesta e honrada, injustamente afastada do cargo para o qual foi eleita por 54 milhões de brasileiros. Contribuí, como o faço há três décadas, com um projeto de país do qual me orgulho muito. Um projeto, com Lula e Dilma, que tirou milhões de brasileiros da miséria e que promoveu crescimento com justiça social. Um projeto que colocou o Brasil ‘em pé’ perante o mundo, inaugurou na nação o orgulho em ser brasileiro”, acrescentou.
‘Pacto’
Edinho Silva também afirmou que é possível vencer a “doença da intolerância, o autoritarismo e o ódio”. Como já havia feito em discursos, o petista defendeu que o Brasil volte a crescer e a gerar emprego, respeitando as diferenças e, para isso, “a luta é longa”.
Para o ex-ministro, a democracia deu “um passo atrás”. Segundo ele, agora, “mais do que nunca” é preciso um “pacto” entre os brasileiros para defender os avanços históricos.
“É urgente a construção de uma aliança nacional, na busca das reformas, iniciando-se pela reforma político-partidária, tornando o Brasil mais republicano, politicamente mais participativo e representativo. Temos que, definitivamente, superar as mazelas do nosso modelo de financiamento